Nacional
Zippy lança coleção unissexo e é alvo de críticas

Nuno Markl diz que a indignação é «um bocado parva»

Qui, 28/03/2019 - 23:00

A Zippy lançou uma coleção sem género que está a gerar polémica. Há quem diga que esta linha é um «atentado às crianças».

A Zippy lançou uma coleção – ‘Happy’ – sem género, no início de março, que está a gerar polémica. Entre elogios à linha da marca, há quem também considere que se trata de uma «campanha LGBT». E até já foi criado um hashtag – #DeixemAsCriançasEmPaz – utilizado na maioria dos comentários negativos.

São muitos os utilizadores que asseguram, nas redes sociais, não voltar a comprar roupa da marca. «Adeus Zippy e restantes marcas do grupo, deviam ter vergonha e mais discernimento» e «Zippy nunca mais» são alguns dos comentários que se podem ler no Facebook.

Por outro lado, também há quem aplaude a iniciativa da marca. «Parabéns Zippy! A maldade está nos olhos de quem a vê…Se mostrarmos uma peça de roupa a uma criança, para ela vai ser o que é na realidade, vai ser meramente um casaco, uma blusa… nada mais… Continuem com o excelente trabalho», escreve uma cibernauta.

Perante a polémica instaurada em torno da coleção, a marca respondeu que «a coleção Happy não tem qualquer associação a ideologias ou movimentos, sejam eles quais forem». Trata-se de «uma coleção cápsula com peças unissexo, que podem ser usadas tanto por meninos como por meninas, e que materializa o espírito prático e funcional da Zippy».

«Acima de tudo, é um bocado parvo»

Nuno Markl, que tem um filho, Pedro, de sete anos, fez questão de comentar mais esta onda de indignação nas redes sociais. «Creio que também todos lutamos por sermos nós próprios, ninguém – no seu perfeito juízo – quer que lhe imponham ser outra pessoa», começa por escrever o guionista.

Markl diz ainda que gosta de ver o filho «vestido com cores» e argumenta que «ninguém quer estar aprisionado». «Por isso, diria que não vejo nada de mal nem neste cartaz, nem em roupas que servem a rapazes e raparigas. Em nenhum momento desta campanha vejo alguém dizer coisas como “namorem com pessoas do mesmo sexo” ou “rapaz, sê uma rapariga” ou “rapariga, sê um rapaz”», afirma ainda.

O animador das Manhãs da Comercial lamenta que haja pessoas «espumandode fúria e apelando ao boicote» e afirma que tais atitudes lhe dão vontade de «chorar a rir». «Primeiro (a ira insana das pessoas consegue ser espectacular) e depois a lamentar que essa energia não seja posta a render em acções que façam, de maneira objectiva, o Bem».

Nuno Markl questiona ainda a utilidade prática de um boicote à marca. «É que, acima de tudo, é um bocado parvo. Já agora, digam-me uma coisa: quando andarem pelo corredor central do Colombo vão mudar para o outro lado da ala quando passarem ao pé da Zippy? Estou só curioso. É que, ao mesmo tempo, essa fúria tem muita, muita piada. Vá, agora venham de lá os insultos», conclui.

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: impala redes sociais

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