Magro, frágil e com má cara, mas sempre com muito amor à música e aos fãs. Assim se apresentou Zé Pedro, mítico guitarrista dos Xutos & Pontapés no concerto que este sábado, dia 4 de novembro, encerrou a digressão de 2017 da banda. «Fiz uma beca de força e lá fui eu... dei comigo aos pulos no palco do Coliseu....», escreveu o músico numa publicação na sua página de Facebook como legenda de uma foto de um Coliseu dos Recreios ainda vazio. Mas que encheu...
Foi numa sala lotada, que a banda subiu ao palco. Mas, desta vez, o tema das conversas entre os fãs não era o repertório do grupo, mas sim o estado debilitado de Zé Pedro. A ovação para a atuação do guitarrista foi geral e era percetível a esperança de todos de que esta não tenha sido a última atuação do artista.
Esta tournée teve mais de 20 datas e esteve em risco de não ir até ao fim. Em declarações ao jornal Expresso, Tim confessava isso mesmo. «O Zé Pedro não tocou em Toronto, Canadá, por imposição nossa», explicou na altura. O guitarrista sofre de uma doença hepática há vários anos.
Hepatite C e transplante de fígado
Foi em 2001 que Zé Pedro descobriu que sofria de Hepatite C, doença que lhe ia tirando a vida e que o obrigou a um transplante de fígado, em 2011. A operação correu bem e o guitarrista passou a ser a cara visível da maleita.
«Temos de alertar! Felizmente, agora é uma doença perfeitamente tratável... É importante alertar para o rastreio, é bom falar, lembrar, para que as pessoas não tenham medo de ser confrontadas com o diagnóstico», disse à imprensa durante a apresentação do livro «Fintar a Morte, Celebrar a Vida», da autoria da jornalista da SIC Ana Paula Almeida, em junho de 2016.
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Fotos: Impala e DR
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