Nacional
Yannick Djaló e a morte da irmã

«Foi uma grande pena e uma perda para nós»

Sáb, 09/02/2019 - 09:00

Yannick Djaló esteve à conversa com Manuel Luís Goucha e falou sobre a morte da irmã, Açucena Patrícia.

Os dias de Yannick Djaló não têm sido fáceis de ultrapassar e esta situação acentuou-se quando em 2018, o futebolista se viu forçado a despedir-se da irmã, Açucena Patrícia, que foi atropelada durante as festas da Moita, com apenas 17 anos de idade.

«Estava no sítio errado, à hora errada», refere o ex-companheiro de Luciana Abreu.

«Foi uma ano bastante difícil e complicado. A começar pela perda da Açucena, que era muito jovem, tinha muita vida pela frente… Era uma menina super alegre, muito querida pelos seus amigos todos, foi realmente uma grande pena e uma perda para nós», recorda o futebolista.

«Fui sempre a figura masculina da família»

Yannick Djaló esteve sempre longe da família por motivos profissionais, mas nem isso o fez afastar-se da mesma, tendo-se tornado na figura masculina da família.

«O pai da Açucena faleceu quando ela era ainda bastante bebé, então já era orfã de pai...»

Desta forma, Yannick assumiu desde cedo a figura paternal que tanta falta fez no crescimento dos irmãos.

«Eu fui sempre a figura masculina da família, desde os meus 18 anos, por isso era normal que houvesse essa ligação de pai para os meus dois irmãos… Fui obrigado a crescer bastante depressa. A minha mãe, na altura, emigrou para a Irlanda e eu estava na nas camadas jovens do Sporting. Mas, assim que assinei o [contrato] profissional, comprei uma casa para a minha mãe e disse para ela voltar imediatamente para Portugal», conta.

«Quis proporcionar isso e fiquei como o chefe da família praticamente para todos.»

Por isso, o choque foi, ainda, maior. Seis meses depois, ainda custa lembrar o que aconteceu. «Sinceramente, é bom recordá-la... Ela era viva, animada, dançava muito, gostava de fazer atletismo, era uma menina bastante alegre.» A tragédia aconteceu, mas, ainda assim, Yannick esforça-se por superar a tristeza. «Eu, normalmente, deixo as coisas más no passado, no seu lugar.»

Dentro das quatros linhas do campo é que é mais difícil superar o desgosto. As competências, enquanto jogador, são obrigadas a sobressair e Djaló conta como foi difícil conjugar a vida profissional com a pessoal. «Passados seis/sete dias, estava a jogar e as pessoas não estavam preocupadas com aquilo que aconteceu. As pessoas exigem esse rendimento. Na nossa profissão, nós temos de dar resposta semana após semana, temos de provar que merecemos estar ali e que nós somos bons», justifica, por fim.

Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e Reprodução Instagram

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