Vítor Oliveira, treinador de futebol, morreu no passado sábado, aos 67 anos, depois de se ter sentido mal durante uma caminhada em Matosinhos. Vítima de um ataque cardíaco, o técnico deixou não só o universo desportivo de luto como a TVI, estação na qual assumia, semanalmente, o papel de comentador. Neste domingo, o programa “Einsteins TVI” prestou-lhe uma homenagem.
A jornalista Cláudia Lopes, que conduz o formato ao lado do radialista Pedro Ribeiro, iniciou a emissão a falar da trágica morte de Vítor Oliveira. “Entre mim, o Pedro e os nossos convidados, entre rádio e televisão, já levamos seguramente umas horas largas de emissão e de programas. Há uns que são fáceis de fazer, há outros em que entramos com muito entusiasmo para os fazer e há aqueles em que, sinceramente, pagávamos para não os fazer. Hoje, é mais ou menos esse dia”, começou por dizer.
Por sua vez, Pedro Ribeiro afirmou que aquele era, “provavelmente”, “o programa mais difícil de se fazer”. E, logo de seguida, contrapôs: “Ao mesmo tempo, era aquele que era mais ou menos obrigatório de se fazer. Claro que, quando chegou a notícia do desaparecimento do nosso mister Vítor Oliveira, foi um choque para todos nós. Claro que se pôs a possibilidade de não fazermos o programa. Mas pensámos que, se ele cá estivesse, seria o primeiro a dizer ‘Andou, andou, andou’. E, depois, fazia-nos mais sentido ter esta cadeira aqui, mesmo que vazia, ao lado do Dani, o que nos provoca a todos uma sensação permanente de ausência.”
E ali estava. Uma cadeira vazia. A mesma em que Vítor Oliveira se sentava, todos os domingos, para participar num programa que tem como propósito descodificar o mundo do futebol e divulgar as fórmulas das equipas. Era a pessoa ideal, ou não tivesse sido ele conhecido como o “Rei das Subidas”, por ter garantido 11 subidas de divisão em equipas que orientava.
“A notícia caiu que nem uma bomba”
Para Pedro Ribeiro, transmitir o programa “Einstein TVI” “era a melhor maneira de homenagear um homem especial, um homem cativante, um homem muito inteligente, um homem com quem era bom conversar e com quem era bom estar”. “A notícia caiu que nem uma bomba nas vidas de todos nós e muito mais ainda, naturalmente, para quem era ainda mais próximo do Vítor”, disse ainda.
Cláudia Lopes complementou: “Há duas razões principais para nós hoje, se calhar, estarmos todos aqui. Porque acho que devemos à família a mais sentida homenagem de pesar, de condolências, sei lá do quê mais se pode dizer nesta altura… E também porque vivemos tempos muito estranhos. Todos nós, ontem, quando falámos uns com os outros, na primeira conversa que tivemos, a primeira reação foi dizer ‘Temos de saber quando é o funeral’. Sim, mas agora não se pode ir.”
Vítor Oliveira “merece que nós, hoje, estejamos aqui, de costas direitas, a dar o nosso melhor. Ele não esperaria outra coisa de nós”, rematou a anfitriã de “Einsteins TVI”.
“Nunca me custou tanto entrar num estúdio como hoje!”
Já nas redes sociais, Cláudia Lopes partilhou uma fotografia a preto e branco em que se pode vislumbrar o estúdio onde é feito o programa de análise desportiva. Como legenda, escreveu: “Nunca me custou tanto entrar num estúdio como hoje! Nunca me doeu tanto fazer um programa como hoje. Mais uma vez, Mister, a aprender a crescer consigo.”
Horas antes, uma outra imagem era dividida, desta vez através da ferramenta InstaStories. “A arranjar coragem para entrar”, dizia a jornalista à porta do estúdio. “Que dor”, disse, mais tarde, sobre uma fotografia em que se via a cadeira em que Vítor Oliveira se sentava vazia.
O treinador encontrava-se a cumprir um ano sabático, depois de, na última época, ter orientado o Gil Vicente.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução TVI e redes sociais
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