Nacional
Vítor Oliveira

TVI de luto: "Nunca me custou tanto entrar num estúdio como hoje"

Seg, 30/11/2020 - 21:40

A morte de Vítor Oliveira, treinador e comentador desportivo da TVI24, deixou a estação de Queluz de Baixo de luto. Cláudia Lopes e Pedro Ribeiro dedicaram-lhe a emissão passada de “Einsteins TVI”.

Vítor Oliveira, treinador de futebol, morreu no passado sábado, aos 67 anos, depois de se ter sentido mal durante uma caminhada em Matosinhos. Vítima de um ataque cardíaco, o técnico deixou não só o universo desportivo de luto como a TVI, estação na qual assumia, semanalmente, o papel de comentador. Neste domingo, o programa “Einsteins TVI” prestou-lhe uma homenagem.

A jornalista Cláudia Lopes, que conduz o formato ao lado do radialista Pedro Ribeiro, iniciou a emissão a falar da trágica morte de Vítor Oliveira. “Entre mim, o Pedro e os nossos convidados, entre rádio e televisão, já levamos seguramente umas horas largas de emissão e de programas. Há uns que são fáceis de fazer, há outros em que entramos com muito entusiasmo para os fazer e há aqueles em que, sinceramente, pagávamos para não os fazer. Hoje, é mais ou menos esse dia”, começou por dizer.

Por sua vez, Pedro Ribeiro afirmou que aquele era, “provavelmente”, “o programa mais difícil de se fazer”. E, logo de seguida, contrapôs: “Ao mesmo tempo, era aquele que era mais ou menos obrigatório de se fazer. Claro que, quando chegou a notícia do desaparecimento do nosso mister Vítor Oliveira, foi um choque para todos nós. Claro que se pôs a possibilidade de não fazermos o programa. Mas pensámos que, se ele cá estivesse, seria o primeiro a dizer ‘Andou, andou, andou’. E, depois, fazia-nos mais sentido ter esta cadeira aqui, mesmo que vazia, ao lado do Dani, o que nos provoca a todos uma sensação permanente de ausência.”

E ali estava. Uma cadeira vazia. A mesma em que Vítor Oliveira se sentava, todos os domingos, para participar num programa que tem como propósito descodificar o mundo do futebol e divulgar as fórmulas das equipas. Era a pessoa ideal, ou não tivesse sido ele conhecido como o “Rei das Subidas”, por ter garantido 11 subidas de divisão em equipas que orientava.

“A notícia caiu que nem uma bomba”

Para Pedro Ribeiro, transmitir o programa “Einstein TVI” “era a melhor maneira de homenagear um homem especial, um homem cativante, um homem muito inteligente, um homem com quem era bom conversar e com quem era bom estar”. “A notícia caiu que nem uma bomba nas vidas de todos nós e muito mais ainda, naturalmente, para quem era ainda mais próximo do Vítor”, disse ainda.

Cláudia Lopes complementou: “Há duas razões principais para nós hoje, se calhar, estarmos todos aqui. Porque acho que devemos à família a mais sentida homenagem de pesar, de condolências, sei lá do quê mais se pode dizer nesta altura… E também porque vivemos tempos muito estranhos. Todos nós, ontem, quando falámos uns com os outros, na primeira conversa que tivemos, a primeira reação foi dizer ‘Temos de saber quando é o funeral’. Sim, mas agora não se pode ir.”

Vítor Oliveira “merece que nós, hoje, estejamos aqui, de costas direitas, a dar o nosso melhor. Ele não esperaria outra coisa de nós”, rematou a anfitriã de “Einsteins TVI”.

“Nunca me custou tanto entrar num estúdio como hoje!”

Já nas redes sociais, Cláudia Lopes partilhou uma fotografia a preto e branco em que se pode vislumbrar o estúdio onde é feito o programa de análise desportiva. Como legenda, escreveu: “Nunca me custou tanto entrar num estúdio como hoje! Nunca me doeu tanto fazer um programa como hoje. Mais uma vez, Mister, a aprender a crescer consigo.”

Horas antes, uma outra imagem era dividida, desta vez através da ferramenta InstaStories. “A arranjar coragem para entrar”, dizia a jornalista à porta do estúdio. “Que dor”, disse, mais tarde, sobre uma fotografia em que se via a cadeira em que Vítor Oliveira se sentava vazia.

O treinador encontrava-se a cumprir um ano sabático, depois de, na última época, ter orientado o Gil Vicente.

Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução TVI e redes sociais

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