Vítor Emanuel esteve fora do ecrã desde 2012 e regressa agora à televisão com a novela "Festa é Festa", da TVI. O ator abre o seu coração a Cláudio Ramos e a Maria Botelho Moniz, no programa "Dois às 10" desta quarta-feira (28) para contar tudo sobre o dia em que recebeu o convite de Cristina Ferreira.
Certo dia, o artista estava em casa, num dia de chuva e recebe um telefonema. "Ligaram da produção a dizer que precisavam de falar comigo da direção da TVI", conta. Minutos depois "aparece a Cristina [Ferreira] e o [João] Patrício. Parecia ficção", diz.
E divulga um pouco do teor da conversa: "Temos um projeto para ti, estamos a contar contigo, gostamos muito de ti e apreciamos muito o teu trabalho." "Fiquei sem reação e a Cristina disse: 'Está a chover não está? E o que é que isso quer dizer?'". "Que é um dia abençoado", respondeu o ator.
Vítor Emanuel faz parte do elenco "Festa é Festa", da TVI, na qual veste a pele de Peixoto, um trafulha que vai divertir os portugueses.
"Como se lida quando não se encontra a razão?"
Este regresso tão ansiado, acontece após alguns anos de luta. O trabalho como ator ficou "de lado" pela falta de convites. "Já assumi que me deslumbrei (...) Quando de repente achas que tudo isto funciona como um interruptor, que achas que é propriedade tua e de repente, por atos de magia ele desliga-se e não foste tu que o desligaste... Então aí começas a acordar para a vida, descer à terra. É efémere, é intermitente. E aí tens de começar a perceber como se faz (...) São as vicicitudes da vida...", explica o ator, que assume que teve de "pôr os pés no chão".
Cláudio Ramos quis saber o que acontece quando se "desliga o interruptor". "Como se lida quando não se encontra a razão?", questiona. "Não encontro. Não foi uma escolha minha", responde Vítor Emanuel, que não trabalhava em televisão desde a novela "Louco Amor", TVI, em 2012, altura em que ia ser pai pela primeira vez.
"Há respostas que não vale a pena procurar. Perdes o foco em tudo o que está à tua volta...", responde o ator. "Se dói, dói! Se custa, custa! Se é angustiante? Também o é... porquê? Porque não tens essa resposta. A única alegria que podes tirar daí, que eu acho que essa eu consegui à minha maneira se calhar sacá-la, foi tirar a chave da ignição e dizer: 'não quero construir isto mais'", revela, dizendo o que fez a partir daí. "Tudo o que me apanhou de feição, sendo que, o meu ex-libris, de repente, ironia do destino, foi a construção, foi trabalhar nas obras", continua.
"Como te sentias a sair de casa e pensar: eu já tive tudo e agora vou carregar baldes de cimento", pergunta Cláudio Ramos. "Não me trouxe dano nenhum emocional. Nos primeiros meses senti: dói, porque é duro. É uma atividade dura por si só... Não tinha ideia", realça o ator, que garante que houve algo que o ajudou a não passar noites em branco. "Tenho a maior arma da minha vida: sou pai", rematou Vìtor Emanuel.
Texto: Andreia Costinha de Miranda; Fotos: Reprodução TVI e redes sociais
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