Saúde e Beleza
Vinho

Ao serviço da saúde

Seg, 07/11/2011 - 11:39

Em pleno São Martinho, um copo de tinto ajuda­-nos a combater o envelhecimento e a prevenir vários cancros ou doenças cardíacas. Mas com bom senso.

Muitas são as vantagens que nos oferece um pequeno copo de bom vinho tinto às refeições, se não existirem contra­-indicações médicas. Quem o diz é Eduarda Alves, nutricionista e dietista responsável pelo site http://www.clinicadosalimentos.pt/. Mas a mesma especialista sublinha: “Todos os benefícios do vinho podem ser obtidos comendo uvas sempre com a pele e as grainhas. Sem os inconvenientes do álcool e do excesso de calorias e açúcar.”

Os principais benefícios do precioso néctar
O vinho tinto é muito rico em resveratrol, um potente antioxidante. É, por isso, útil para diminuir os valores do mau colesterol, ajudando a aumentar os do bom colesterol – HDL. O resveratrol é muito importante para prevenir o envelhecimento. Faz bem à pele: atenua e reduz o aparecimento de rugas. O vinho tem também grande variedade de polifenóis, que ajudam a prevenir as doenças cardíacas e alguns tipos de cancro. Contribuem, ainda, para evitar a degeneração das funções cognitivas. Há até estudos que indicam que uma pequena quantidade diária de vinho (um copo) pode ser um aliado na luta contra a doença de Alzheimer.

Contra­-indicações e desvantagens
É uma bebida muito calórica. Um pequeno copo de vinho (com menos quantidade do que uma “imperial”) contém mais de 180 kcal, muitas para um líquido... Em excesso (mais de um copo por dia), o vinho danifica­-nos todos os órgãos, como por exemplo, o cérebro e, principalmente, o fígado. Provoca cirrose hepática, aumenta os triglicéridos e o colesterol: engorda, entope as artérias, prejudica o coração. Por último, é prejudicial a quem sofre de diabetes.

Os melhores e os piores
Os tintos são os melhores. Mais ricos em resveratrol, o antioxidante que torna o vinho saudável. Os que não têm efeitos benéficos são os mais alcoólicos, licorosos e açucarados. Como o Porto, o Madeira, os abafados ou alguns aperitivos e digestivos baseados em vinho. Embora também não nos façam mal, desde que sejam tomados muito esporadicamente e em doses extremamente reduzidas, por pessoas sem problemas de saúde. Os vinhos saudáveis são os de qualidade, puros – até, se possível, biológicos. Escolha um de qualidade, o que é possível por menos de cinco ou seis euros. Pode pedir ajuda a um amigo ou familiar que seja entendido no assunto, pesquisar ou ler as publicações especializadas. Evite vinhos muito trabalhados e alterados. O vinho deve ser natural, seguir sem pressas todas as suas etapas de maturação tradicionais.

Mitos
Há quem diga, erradamente, que o vinho dá força. E isso explica a origem das tradicionais sopas de cavalo cansado. Eram feitas com pão quente acabado de cozer, açúcar e vinho, “para fortalecer”. Mas não, não dão qualquer força. Podem fornecer, temporariamente, alguma energia... e engordar. Cada grama de álcool tem sete quilocalorias. Estas sopas são muito calóricas, prejudiciais e NUNCA devem ser dadas a crianças.

Então e a água­-pé?
Não tem nenhumas vantagens para a saúde. Tem álcool e calorias (embora menos que o vinho), e não oferece benefícios cardiovasculares ou quaisquer outros. Se tem algum benefício – e isso é duvidoso – é apenas o ser menos alcoólica e calórica que o vinho.

Vinoterapia
Os tratamentos de vinoterapia podem ser vantajosos para a pele. O resveratrol, usado nessas terapias, ajuda a prevenir e atenuar o envelhecimento precoce da pele. Há até vários cremes de beleza e suplementos alimentares que têm o resveratrol como elemento­-base, para que a pele se mantenha jovem durante mais algum tempo, com um aspecto fresco e saudável.

A tradição que faz bem
É tempo de São Martinho. E as castanhas são um fruto supernutritivo, mas a cair em desuso: tínhamos, em Portugal, a farinha de castanha, bastante valorizada que era usada em bolos, pães, filhós, sopas e vários pratos saudáveis e económicos, como a tradicional sopa de couves com castanhas, por exemplo.

Castanhas ajudam
As castanhas, que podemos consumir agradavelmente nesta época com uma pequena quantidade de vinho (preferível à água­-pé), são ricas em hidratos de carbono de absorção lenta, e isso é bom. Dão­-nos muita energia que nos vai sendo fornecida gradualmente ao longo do dia, de acordo com as nossas necessidades e atividades. São ricas em fibras, vitaminas e minerais, e quase isentas de gordura. Aumentam a sensação de satisfação: fazem com que não exageremos na quantidade dos outros alimentos. Três ou quatro castanhas acompanhadas por um triângulo ou pequena fatia de queijo – de preferência com baixo teor de gordura (consulte o rótulo na embalagem) é uma boa ideia para a merenda a meio da manhã, evitando cair na tentação das bolachas.

Siga a Nova Gente no Instagram