Nacional
Um mistério sem fim

Durante 20 anos, mãe achava que a filha estava morta: «Onde é que ela está?»

Qua, 22/05/2019 - 19:40

Um caso que remonta a 1977 e é hoje falado no programa Linha Aberta, da SIC.

Um mistério com mais de quarenta anos, é esta quarta-feira, dia 22 de maio, o primeiro caso falado no Aberta, da SIC, conduzido por Hernâni Carvalho. Adriana, figura principal da história contada no programa, nasceu a 15 de janeiro de 1977, no Funchal, na Madeira. Depois do nascimento, os pais da bebé são informados que a recém-nascida tem um problema no coração e tem de ficar internada. 

Três meses se passam desde o nascimento, e é nessa altura que uma enfermeira garante aos pais que a menina tem de ser transferida para o Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Os pais só podiam acompanhar a filha se pagassem todas as despesas e alojamento. Tal não foi possível, porque o parco de rendimento familiar impendiu Gorete Sousa e o marido - pais de Adriana - de se deslocarem com a filha. Mais tarde, todo este enredo veio a revelar-se uma mentira. A primeira de todo este caso.

Adriana dá entrada no Hospital Santa Maria, em abril do mesmo ano. Numa primeira fase os pais vão recebendo telefonemas através de uma suposta assistente social. Em agosto, quatro meses depois, os pais recebem uma primeira carta escrita por uma mulher que lhes diz que o estado de saúde da bebé está pior e que ela será operada. Numa segunda carta, a mulher escrevia que a bebé não tinha resistido à operação e que iria ser sepultada tendo um grupo de enfermeiros a acompanhar o funeral. 

Vinte anos de mentira

Foram 20 anos. 20 anos a acreditar numa mentira. Os pais achavam que a filha estava morta. Em 1996, ao pedir uma certidão de nascimento da Adriana, Gorete descobre que o óbito não foi averbado. O caso acaba na comunicação social, a SIC investiga o caso e não existe qualquer rasto da Adriana. O hospital de Santa Marta não informou os pais da bebé sobre o óbito, a enfermeira Maria Lídia Lopes Alves Dias, a mesma que escreveu aos pais de Adriana, recusa-se a falar.

No início de maio, de 2019, Gorete Sousa falou com o programa Linha Aberta. Com um olhar triste, Gorete revelou que o hospital de Santa Marta e o provedor de Justiça não deu resposta nenhuma ao pedido de informação dos pais. «Fui enganada pela enfermeira que me disse que ela tinha ido para o continente. Penso que foi por ela. Ela disse que levava a Adriana para casa aos fins de semana. Ela não estava então numa situação assim tão crítica. Ela sabe de tudo e não quer falar», contou.

E ainda disse: «Eu não a vou incriminar. Só quero que ela me diga a verdade».

Gorete deposita toda a esperança em Marcelo Rebelo de Sousa

Esta quarta-feira, Gorete Sousa falou novamente com o Linha Aberta. Ao telefone com Hernâni Carvalho, leu a carta que dirigiu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

«Recorro a si porque preciso de respostas. (...) Durante 20 anos achava que a minha filha estava morta, acabei por descobrir que estava viva. A notícia nunca me foi dada de forma oficial, o corpo da minha filha nunca foi sepultado. (...) Onde está a minha filha? Tenho o direto de saber! (...) É a minha única esperança neste caso que tem mais de 40 anos. Obrigada», termina.

Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais; Fotos: Reprodução Impala

 

 

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