Nacional
Turismo

O que promete o turismo de verão de Portugal pós-COVID?

Qui, 20/08/2020 - 08:00

No mundo inteiro, os impactos trazidos pela pandemia prometem ser duradouros.

No mundo inteiro, os impactos trazidos pela pandemia prometem ser duradouros. Embora a fase mais traumática pareça ter arrefecido, a economia, a oferta de serviços e até nossos hábitos ainda devem manter influências desse período estranho para além dele.

Além disso, as opções de entretenimento electrónico e diversões remotas também tendem a ganhar proeminência. Porquê frequentar o ambiente fechado do Casino Estoril se é possível aceder aos melhores casinos online do mundo a partir do telemóvel?

O lazer e as viagens devem privilegiar certas tendências e dificultar outras delas por consequência do “trauma” pós-COVID. Mais entretenimento online, menos sair de casa, por enquanto. Mas ainda será possível aproveitar o verão à grande, definitivamente!

Recuperação

Antes de prospectar os próximos passos do Turismo português, é importante entender qual foi o tamanho da inflexão trazida pela pandemia.

No mês de junho, houve perda de 80% no sector turístico. Em julho, em pleno verão, a situação melhorou um pouco, mas não muito: o registo foi de perdas superiores a 60% em todo o país.

A melhora pequena veio devido à escolha de famílias portuguesas por fazer férias em território nacional. O principal motor dessa atividade turística foi no Alentejo durante esse período: por lá, houve uma quebra de quase 26% na região, com 268 mil dormidas no mês. As informações são do Turismo do Alentejo e Ribatejo.  

Essa situação não pode ser caracterizada como definitiva, mas dá indícios de caminhos possíveis para o turismo português, como veremos a seguir.

Para voltar a atrair frequentadores, o Casino do Estoril e principalmente as opções fechadas de cidades grandes e litorais terão que oferecer alterações em seu funcionamento para ampliar o espaço entre frequentadores e a ventilação – sem reduzir significativamente a capacidade de acolher pessoas.

Destinos populares

Até recentemente, alguns dos principais destinos turísticos de Portugal, tanto para viajantes domésticos quanto internacionais, eram Lisboa, Porto, Fátima, Coimbra, Braga, Évora e Faro.

Embora Portugal seja uma terra cheia de marcos históricos e uma grande riqueza cultural, conta apenas com 159 cidades, incluindo as regiões autónomas, de acordo com a Base de Dados Portugal Contemporâneo – PORDATA.

Dessas 159 cidades, muito poucas representam os principais destinos turísticos. A tendência é que isso se mantenha assim em número, mas não em localização.

Novos eixos?

O transporte público perde apelo e os carros privados revelam-se como opção de confiança. A locação de veículos pode levar a cortes de custos com destinações e à formulação de novos roteiros.

Frequentar o litoral do Algarve ou da costa vicentina pode ser movimentado demais ou percebido como um risco por turistas nacionais e, especialmente, pelos estrangeiros dispostos a viajar por Portugal.

Caso novas ondas da COVID voltem a afetar o país, pode ser que o verão futuro leve a um fortalecimento das opções turísticas no Estremoz e no Alentejo, como alternativa aos destinos tipicamente mais populares, com opções urbanas e atrações sacras e religiosas de destaque.

Claramente, o litoral português ainda exercerá fascínio sobre os turistas, mas ainda não se sabe em que medida serão aplicadas restrições para frequentá-las. Até lá, a “descoberta” do interior português pode ser uma bem-vinda novidade!

Vida noturna

As opções de vida noturna são uma demanda turística principalmente nos destinos urbanos e mais efervescentes, como Lisboa e Porto.

A capital do país tornou-se uma referência mundial para o turismo e é, por ora, o destino mais visitado de Portugal. Certamente, também é a cidade com a maior diversidade de opções noturnas e de entretenimento.

Porém, as casas noturnas e bares da Rua Cor de Rosa e as noites de fado em restaurantes da Alfama atendem a exercer menor influência sobre os turistas – ou a impor uma série de restrições, ao menos.

Nesse contexto, os passeios ao aberto podem ser atrativos. As regiões da Baixa-Chiado e de Belém podem sobressair a polos movimentados, como a Alfama e o Bairro Alto, com boas opções nesse sentido.

Belém destaca-se por pontos turísticos abertos com bom potencial. O Museu MAAT ladeia o Tejo e dispõe de uma arquitetura atraente e opções gastronómicas no entorno.

O MAAT pode ser uma referência para passeios turísticos ao entardecer e à noite como alternativa ao eixo mais central da cidade. As opções da orla em geral podem ver um aumento de frequência.

No caso do Chiado, a proximidade com o Bairro Alto e a oferta de espaços mais amplos que suas ruas estreitas pode levar a uma mudança de foco dos frequentadores da vida noturna.

 

 

Siga a Nova Gente no Instagram