Tânia Ribas de Oliveira não conteve a emoção ao ouvir o testemunho de Cátia Lima, uma mulher que esteve presa durante dois anos e oito meses, no “A Nossa Tarde”, da RTP1, esta quinta-feira, 25 de novembro.
Numa conversa pautada por silêncios e duras confissões, Tânia Ribas de Oliveira deu a conhecer a história de como uma ex-reclusa que cometeu um crime, “pagou pelo que fez” e se reergueu de novo. Cátia Lima trabalhou durante dois anos numa "associação social" que angariava dinheiro para cadeiras de rodas. Com o tempo, percebeu que aquele negócio ilegal era “uma máquina de fazer dinheiro” ao mesmo tempo que enganava centenas de pessoas.
Mas tudo mudou com a morte do pai e com a chegada da Troika a Portugal . A convidada de Tânia Ribas de Oliveira mudou-se para Vila Nova de Famalicão à procura de uma casa e um novo emprego. Mas sem sucesso. A crise económica dificultou-lhe qualquer financiamento e Cátia Lima só viu uma solução: burlar. "Havia uma maneira fácil de ganhar dinheiro que era aquela que eu tinha aprendido”, relatou a ex-reclusa.
Deste modo, abriu uma empresa de ‘fachada’ e seguiu os passos da sua ex-patroa. Porém, nem tudo correu como esperado e houve uma denúncia. No dia 26 de junho de 2017, Cátia Lima foi presa. Esteve dois anos e oito meses em prisão preventiva e foi condenada a quatro anos e seis meses.
"Ninguém vive dentro de uma prisão"
“Como é que se vive durante dois anos e oito meses sem os nossos filhos?”, questionou Tânia Ribas de Oliveira. “Ninguém vive dentro de uma prisão”, foi a resposta que a apresentadora do formato “A Nossa Tarde” ouviu. Cátia Lima confidenciou que o mais lhe custou foi estar longe dos três filhos e ter de escolher quem é que a ia visitar à prisão. Perante o poderoso testemunho, a anfitriã do pograma das tardes da RTP1, que também é mãe de dois meninos – Pedro e Tomás Cardoso - emocionou-se. Em direto, Tânia Ribas de Oliveira ficou com os olhos a lacrimejar.
“O que é que viveu ali dentro?”, perguntou ainda a entrevistadora. “Vivi o pânico, eu acordei com colegas mortas”, disse Cátia. “E doentes… tantas outas e poucas condições”, completou Tânia Ribas de Oliveira.
Por fim, a comunicadora deixou uma mensagem: “Há toda uma realidade que as pessoas desconhecem por completo e que, por um lado, que assim continue porque é sinal que não vão presas. Por outro lado, é bom que se saiba o que se passa [dentro de uma prisão] para que se possa ajudar estas pessoas”.
Texto: Carolina Sousa; Fotos: Reprodução RTP e Redes Sociais
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