Nacional
Sofia Fernandes

Os «três dias violentos» e o parto sozinha na maternidade

Seg, 30/03/2020 - 11:20

Sofia Fernandes foi mãe pela segunda vez da pequena Esperança e revelou à NOVA GENTE como correu o parto sozinha na maternidade devido à pandemia de Covid-19.

Sofia Fernandes foi mãe pela segunda vez de uma menina, no passado dia 23 de março. Nunca a escolha do nome Esperança fez tanto sentido como agora. A repórter da SIC falou com a NOVA GENTE sobre os «três dias violentos» que passou na maternidade e o que sentiu por não ter tido o marido ao lado no momento do parto, devido à pandemia de Covid-19.

«Quando anunciei a escolha do nome notei alguma estranheza que se dissipou numa semana com a escalada da pandemia do coronavírus e a declaração de estado de emergência. A partir daí, amigos e desconhecidos emocionam-se com o nome dela», começa por dizer-nos aquela que tentou sempre manter a calma.

«Acho que comecei a ficar mais ansiosa uma semana antes do parto porque também coincidiu com a escalada da situação e o começar a sentir a tensão e medo generalizados. A minha escolha foi a de sempre: vamos a isto que não se pode adiar o nascimento da criança! Depois de ler muitas notícias e sentir alarme quando falam de grávidas e bebés doentes com Covid-19 a missão de proteção da família leva-se ainda mais a sério», refere.

O parto sozinha e as dores da recuperação

Sofia Fernandes não tinha idealizado um parto sozinha e descreve-nos o que sentiu e como viveu também o pai, José Barbosa, o nascimento da filha à distância.

«Parecia que o tempo se arrastava, ouvia a equipa médica a falar nos procedimentos e só descansei quando ouvi um choro muito sonoro e a médica a dizer que a Esperança estava ótima e gorda! Depois, apesar de não ser muito romântico, foi útil para quebrar a solidão naquele momento bonito: tinha o meu telemóvel e comecei a trocar mensagens e fotografias da Esperança com o pai, que estava super tenso e em stress desde as seis da manhã desse dia, pelo menos... por isso ficou muito feliz quando nos viu chegar ao quarto da maternidade felizes e de boa saúde.»

Por razões de segurança, a cara bonita da SIC revela que no hospital «ninguém sai dos quartos nem circula» e, por essa razão, não conheceu nem se cruzou com outras recém-mamãs. «Não conversei com ninguém, mas as redes sociais acabaram por me trazer muitas perguntas de futuras mães desta época muito ansiosas. Foram três dias algo violentos fisicamente, porque o parto foi cesariana e custa um bocadinho estar sozinha a cuidar de um recém-nascido quando ainda se tem dores, mas foi para que o Sebastião ficasse com o pai!», conta-nos

Filho mais velho radiante

O pequeno Sebastião de quatro anos está muito «babado», segundo nos relata aquela que partilhou um vídeo amoroso de ambos. «Quando chegamos a casa ele festejou em puro êxtase. Está totalmente babado, acha-a muito “fofinha” e anda sempre a tentar dar-lhe beijinhos, com muito cuidado. Claro que é muito exigente sobretudo com a mãe, mas acaba por entender as necessidades da irmã por ser bebé, tem demonstrado que cresceu um bocadinho com tudo isto»

Questionada sobre como tem sido gerido a maternidade com a situação atual do País e do mundo, Sofia Fernandes confessa que o «medo» é inevitável de sentir, mas sente-se «privilegiada» por conseguir abstrair-se da realidade devido à bebé que tem nos braços.

«Apesar do medo, sinto-me privilegiada por viver neste momento mais um grande amor que ajuda a abstrair deste “apocalipse” que nunca imaginamos possível. Com uma criança de quatro anos e uma recém-nascida, acabo por não ter tempo para estar focada em notícias todo o dia e percebi, pelo tempo que passei no hospital, que pensar demasiado nisso não ajuda. Li alguém falar sobre a importância de aceitar a situação: acho que foi isso que fiz, aceitar e sonhar com a normalidade que voltará.»

Mensagem outras futuras mamãs

Sofia Fernandes faz ainda questão de deixar ma mensagem sentida a futuras mamãs que estejam a passar esta fase mais ansiosas: «A minha mensagem é que vivam ao máximo este grande amor em tempos de “guerra”... Confiem e valorizem os profissionais de saúde que seguramente lutarão por vocês e bebés até ao limite das suas forças. Depois é sair do hospital e regressar à segurança de casa  para que a “grande aventura” comece.»

 

Texto: Filipa Rosa; Fotos: Gentilmente cedidas por Sofia Fernandes e reprodução redes sociais

 

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