A relação com Varela Silva durou 23 anos e Simone de Oliveira não tem dúvidas quando afirma que foi o grande amor da sua vida. O consagrado ator morreu, vítima de doença prolongada, a 15 de dezembro de 1995, uma data assinalada recentemente e que a decana artista recordou, na manhã desta terça-feira, no programa da TVI Você na TV!.
«Não tem sido uma fase em que eu esteja muito alegre ou muito bem-disposta», confessou a voz de canções como Sol de Inverno e Desfolhada Portuguesa, com as quais representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção em 1965 e 1969, respetivamente.
A continuar a habitar na casa que partilhava com Varela Silva, à qual chama de seu «pombal», Simone de Oliveira foi, depois, questionada pelo apresentador Manuel Luís Goucha sobre se continua com um hábito ganho aquando da morte do marido.
«Continuo a deixar a luz acesa», anuiu Simone de Oliveira, baixando a cabeça e fazendo uma pausa. E continuou: «Ele partiu quando eu fiz a minha primeira telenovela [Roseira Brava, RTP1] e, como já estava muito doente, dizia-me: ‘Ó Cantigas, deixa-me uma luz acesa’. Na primeira vez em que, já ele não estava cá, cheguei a casa e não vi aquela luz, disse para os meus santos: ‘Não’.»
Atualmente com 81 anos, a conhecida artista mantém esta tradição. «Até hoje a luz fica sempre acesa. E se, por qualquer razão, me esqueço, entro em casa e peço desculpa: ‘Ó meu velho, desculpa’. Faço sempre isso», assumiu, visivelmente emocionada.
«Tu fizeste cada coisa, deste cada resposta!»
De energia revigorada e a postos para voltar ao teatro no próximo ano, na pele da falecida atriz Palmira Bastos, no musical que vai dignificar a vida de Laura Alves, Simone de Oliveira acredita num reencontro com Varela Silva.
«Vou [encontrá-lo]. Acredito», respondeu a Manuel Luís Goucha, que a questionou sobre a forma como o ator a irá receber. «Ó mulher! Tu fizeste cada coisa, deste cada resposta!», simulou a estrela da música portuguesa.
Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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