Passaram-se dois anos desde que venceu o Festival da Eurovisão, mas a verdade é que Salvador Sobral continua a não fazer fretes ou a comportar-se segundo o politicamente correto. Principalmente, quando se sente prejudicado.
Foi o que aconteceu no final do passado mês de setembro, na primeira edição do Festival Wine & Music Valley, na Régua, quando o intérprete de Amar Pelos Dois se apercebeu que as condições acústicas não eram as ideais. No vale à margem do Rio Douro, onde foi montado o recinto, havia dois palcos e a atuação secundária interferiu com a performance de Salvador que, ironicamente, até comentou que os espetadores «pagaram bilhete e conseguem estar a ouvir dois concertos simultaneamente».
«Não há condições»
Nitidamente incomodado, depois de cantar o tema de abertura, o artista apenas cantou por mais três vezes, tendo tomado a decisão de abandonar o palco. «Terei todo o prazer em cantar no Douro, mas não há condições para continuar com isto», lamentou Salvador Sobral, antes de abandonar definitivamente o palco, para desilusão de quem assistia à sua prestação.
Seguiu-se Mariza e, de novo, o som dos dois palcos cruzou-se. No entanto, a fadista manteve-se firme, numa atuação que encantou as cerca de dez mil pessoas que estavam no evento. O veterano Bryan Ferry encerrou o primeiro dia, provando que, aos 72 anos, está em excelente forma.
A iniciativa prolongou-se para o dia seguinte, com Carolina Deslandes a afastar a ameaça de chuva, embalando os casais ao som do seu Avião de Papel. Na reta final, Seu Jorge e Xutos & Pontapés levaram o público ao rubro, fechando com chave de honra um certame em que o vinho brindou a boa música.
Texto: Sérgio Queirós; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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