Nacional
Rute Miranda

'Passei por coisas difíceis muito cedo'

Sex, 27/01/2012 - 15:55

De gargalhada franca e cheia de energia, Rute Miranda revela­-se uma mulher forte. A atriz confessa que já ultrapassou mortes e situações financeiras difíceis.

Chegou ao hotel onde a esperava a equipa da NOVA GENTE com um look descontraído. O ar roqueiro, com calças de ganga rasgadas e botas texanas, foi trocado pela elegância e sensualidade a que os vestidos de Aleksander Protik obrigam. “Sinto-me confortável, sinto-me desconstruída e sabe-me bem. Estes vestidos funcionam como um figurino”, sublinhou sorridente antes da entrevista intimista que deu à sua revista. Avessa a falar sobre a sua vida pessoal, Rute Miranda acabou por dar por si a partilhar com os nossos leitores o que de melhor tem: experiências de vida, valores, crenças e sentimentos.

O ano que terminou foi forte profissionalmente...
Sim, fiz uma participação em Rosa Fogo, dois telefilmes para a RTP e um para a TVI, teatro. Gosto muito de fazer televisão, tal como teatro, que já faço há 19 anos. Tanto numa coisa como noutra tento aceitar personagens que sejam diferemtes umas das outras, se bem que nos últimos tempos têm surgido convites onde use o sex apeal...

Identifica-se com o papel de mulher sensual?
Depende da história, tive três personagens em que era a amante. Só pode ter a ver com a carecterística física porque eu não sou amante de ninguém! (gargalhadas). Fascina-me poder saltar de personagem em personagem, com diferentes cargas. Embora muita gente não saiba, fiz muito humor e comédia e é um registo em que o público de televisão não me conhece. Não é tão fácil como parece, é muito mais complexo que personagens com um registo dramático. É sem dúvida um trabalho que gostava de fazer e dar a conhecer essa faceta ao publico. Gosto de fazer tudo, não tenho a ousadia de seguir clichés, gosto de construír as personagens, seja que registo for. Gosto que me desconstruam, o desafio é esse, contrariar em termos interiores e exteriores o que sou.

E também fez cinema.
Estreia este ano o filme onde participo, do Vicente Alves do Ó sobre a Florbela Espanca, deu-me muito prazer.

Como se define?
Vou atirar o cliché e dizer que deixo essa tarefa para os outros. Bem, mas como eu já praicamente 37 anos e com esta idade já não deixo muito por dizer, tenho uma abordagem directa em relação ao que sei que já conheço bem sobre mim, por fazer parte da minha estrutura. Sou uma pessoa otimista, divertida, bem disposta...e quando estou mal disposta sou muito mal disposta.

Mostra mau feitio?
Eu tenho mau feitio! (risos) E não tenho vergonha nenhuma de dizer que tenho um ligeiro mau feitio. Talvez por ter uma personalidade forte.. Toda a vida fui atrás das coisas. Não posso dizer que tenho uma estrelinha da sorte ou que as coisas boas me acontecem porque sim, por estar no sítio certo à hora certa. Eu trabalho para as fazer acontecer. com esforço. As pessoas dizem por aí que é assim que as coisas têm valor. Às vezes é cansativo - trabalhas, trabalhas, trabalhas, e quando não vês as coisas a acontecer parece que a factura é alta. É o cansaço, alguma frustação, mas eu sou otimista e acredito que a seu tempo as coisas boas acontecem.

É mais sonhadora ou lutadora?
Sou uma lutadora sonhadora. Tenho os meus sonhos, idiaes e objectivos, mas luto por eles.

Leia mais na edição 1846, já nas bancas.

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