Nacional
Rui Maria Pêgo

Reage a ataque homofóbico de Londres: «Não nos vamos esconder! Existimos. E não vamos a lado nenhum»

Sáb, 08/06/2019 - 16:20

Rui Maria Pêgo ficou em choque com as notícias do ataque homofóbico num autocarro em Londres e deixou uma mensagem de apoio a quem já passou por situações semelhantes

As notícias que dão conta de um ataque homofóbico num autocarro em Londres estão a correr o mundo. Ninguém consegue ficar indiferente à violência de que Melania e Chris foram expostas e, por isso, Rui Maria Pêgo fez questão de reagir ao episódio que teve lugar no passado dia 29 de maio.

O filho de Júlia Pinheiro recorreu ao Facebook para deixar uma mesagem sincera e de apoio a todos aqueles que já passaram por situações semelhantes.

«Ser conivente. Baixar a cabeça. Não dar a mão porque também é demais. 'Não é preciso chocar!'. Ter medo de ir sozinho/a/e para casa. Tudo isso são realidades de 1919, 59? 79? 89? As marchas e as paradas são necessárias, sim; o Pride é a forma do Amor dizer ao ódio: Não! Não nos vamos esconder! Existimos. E não vamos a lado nenhum. A todos aqueles que já passaram por situações similares: um abraço. Não estão sozinhas.Nunca», escreveu Rui Maria Pêgo num publicação relativa ao ataque em Londres.

«Não me lembro o episódio por inteiro»

Melania Geymonat e Chris são duas cidadãs londrinas que, na passada quarta-feira, 29 de maio, foram violentamente agredidas num autocarro em plena cidade de Londres.

Uma semana depois, Melania recorreu às redes sociais para contar todo o episódio, ou pelo menos as partes das quais se consegue recordar.

«Na quarta-feira passada, tive um encontro com a Chris. Apanhámos o autocarro noturno para irmos para a casa dela em Camden Town. Subimos as escadas e sentámo-nos nos lugares da frente. Devemos ter dado um beijo ou qualquer coisa assim, porque apareceram uns homens. Não me lembro se já estavam lá ou se foram atrás de nós. Eram pelo menos quatro», começa por referir Melania no longo texto que partilhou no Facebook.

Mais à frente, Melania conta que os homens que as perseguiram começaram a fazer gestos obscenos e a ter um comportamento completamente fora do normal. «Não me lembro do episódio por inteiro, mas a palavra ‘tesouras’ ficou na minha mente.»

De forma a tentar acalmar os ânimos, Melania ainda tentou brincar com a situação, mas os homens continuaram a atacá-las e insistiram para que estas se beijassem à sua frente. A namorada de Melania, Chris, não gostou da atitude dos indivíduos e lançou-se sobre eles.

As duas jovens acabaram por ser violentamente agredidas pelos quatro homens tendo mesmo chegado a desmaiar. «Fiquei tonta ao ver o sangue (…) Não me lembro se desmaiei ou não. De repente, o autocarro parou, a polícia estava lá e eu estava a sangrar.»

Além de agredidas, Melania e Chris foram também roubadas. «A violência tornou-se numa coisa comum», refere acrescentando ainda «estou cansada de ser um objeto sexual, de descobrir que estas situações são normais, de saber que amigos gays foram espancados apenas porque sim. Nós temos que suportar o assédio verbal e violência chauvinista, misoginia e homofóbica.»

No final da longa declaração, Melania lamenta o facto de que seja necessário «ver uma mulher a sangrar depois de ter sido atacada para gerar algum tipo de impacto».

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Reprodução Redes Sociais

 

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