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Rosinha

Explica por que nunca tira os óculos de sol

Sáb, 31/07/2021 - 18:00

Rosinha não dispensa dos óculos de sol, seja qual for a ocasião. Em conversa com Daniel Oliveira no "Alta Definição", a cantora explica a razão para nunca os tirar.

Rosinha tem uma imagem de marca que muito a caracteriza, devido aos óculos de sol. Seja qual for a ocasião, a cantora não dispensa deste acessório e à conversa com Daniel Oliveira, no "Alta Definição" deste sábado, 31 de julho, revelou o verdadeiro motivo para os usar.

"No olho direito, e só no olho direito, falta-me a membrana que o protege da luz solar. Só da luz solar, não da artificial. Se tirasse os óculos, o olho automaticamente fecha. Tenho 50 anos. Há 50 anos diziam que eu tinha qualquer coisa no olho, porque lacrimejava um bocadinho. Na minha adolescência é que experimentei os óculos de sol e fiquei 'uau'", começou por explicar.

Como já usa óculos há muito tempo, o olho esquerdo de Rosa Maria Sequeira Inácio, o verdadeiro nome da artista, começou a ganhar sensibilidade à luz. "Fico mais confortável de óculos escuros do que sem eles", acrescentou. 

Rosinha desfaz-se em lágrima ao recordar morte do pai

Na mesma conversa, a cantora, de 50 anos, abriu o coração para falar sobre a morte do pai, que morreu há nove anos na sequência de uma cirrose medicamentosa. 

Emocionada, Rosinha recorda o dia 1 de setembro de 2012. A cantora estava em São Miguel, nos Açores, a dar um concerto. Na manhã seguinte, recebeu um telefonema da irmã, que lhe comunicou a morte do progenitor, com quem tinha uma forte ligação.

"O meu pai não estava bem, já há muito tempo que não estava, mas estava pior. Eu viajava. Ia para os Estados Unidos e claro que depois não venho em duas horas dos Estados Unidos para cá. Sabia que, se estivesse fora, as coisas não podiam estar à minha espera. Acabei por deixar os documentos com o Hugo (um amigo) para que pudesse dar andamento às coisas. Eu liguei-lhe e disse: ‘Hugo, já aconteceu. Agradeço que trates das coisas’. E assim foi", começou por dizer, garantindo que, apesar de o pai estar "muito doente", não estava preparada para o ver "ir embora."

No mesmo dia, Rosinha tinha um concerto na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, e decidiu não o adiar. "Foi a minha primeira vez na Terceira. O Páquito (o agente) perguntou-me se queria voltar. E eu disse que não. Eu não posso fazer mais. Pelo menos eu tinha feito tudo o que tinha conseguido pelo meu pai (...) Sabes aquele velho ditado: ‘olhos que não veem, coração que não sente’? Depois percebi que, se tivesse visto o meu pai, não tinha subido para palco", garantiu, lavada em lágrimas, para depois revelar que "não se lembra" do concerto que deu na Terceira.

Pai de Rosinha estava "a apodrecer em vida"

O pai de Rosinha estava doente há vários anos, "literalmente a apodrecer em vida. Da cintura para baixo, tinha buracos no corpo que deitavam um líquido com cheiro nauseabundo" e a cantora confessou que a situação era irreversível. "Só ia piorar. O meu pai gritava 24 horas por dia porque tinha dores insuportáveis (...). Quando vinha a casa, ia para casa dos meus pais para que a minha mãe pudesse dormir (...). O facto de ele partir fisicamente, descansou. Já não sentia dor", admitiu a artista de música popular.

E continuou: É estranho de uma filha dizer, e é difícil, mas quando o meu pai partiu eu pensei: ‘finalmente ele descansou.’ A minha preocupação a partir do momento em que soube que o meu pai tinha falecido, deixou de ser o meu pai. Passou a ser a minha mãe e a minha irmã. Ver o pai morto, ou a pessoa que se ama? Não é bom."

"Sei que o meu pai não está cá, óbvio. Mas falo imenso com o meu pai quando estou muito feliz ou quando estou muito infeliz. Ele continua comigo, as coisas continuam se nós alimentarmos, se quisermos que elas continuem connosco. O meu pai continua e vai continuar, sem dúvida nenhuma", concluiu.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reprodução SIC

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