Nacional
Pedro Fernandes

«Não fui almoçar com o Pedro Lima há 2 semanas porque tive medo. Não sei se isso teria mudado alguma coisa...»

Seg, 22/06/2020 - 15:04

Pedro Fernandes mostrou-se emocionado com a perda do amigo e lamentou não ter estado com ele há duas semanas. Além disso, o apresentador alertou para a importância de estarmos atentos aos sinais da depressão e de «estender logo a mão» aqueles que mais precisam.

Pedro Fernandes e Fátima Lopes enfrentaram no passado sábado, 20 de junho, uma emissão de cinco horas poucos momentos após ficarem a saber da trágica morte de Pedro Lima. Durante o programa A Ajuda Não Pode Parar, na TVI, foi feita uma homenagem ao ator e o apresentador emocionou-se. Foi precisamente sobre esse momento que Pedro falou num longo desabafo nas redes sociais.

«Sábado foi um dos dias mais difíceis da minha vida e seguramente o dia mais difícil da minha vida profissional. Nada nos prepara para receber a notícia da morte de um amigo a poucos minutos de irmos para o ar para fazer uma emissão em directo de quase 6 horas», começou por escrever o radialista, numa longo texto partilhado esta segunda-feira no Facebook.

«Temos de estar atentos aos mais pequenos sinais e estender logo a mão»

Pedro Fernandes mostrou-se triste com a perda do amigo e lamentou não ter visto a depressão que este vivia e o sofrimento em que estava. Além disso, o apresentador mostrou-se de certo modo arrependido por não ter ido almoçar com Pedro Lima há duas semanas por medo da covid-19.

«A depressão esconde-se quase sempre atrás de um sorriso e o Pedro tinha dos sorrisos mais bonitos que conheci. Não consegui ver para lá desse sorriso e isso vai atormentar-me para sempre. Que nos sirva de lição. Temos de estar atentos aos mais pequenos sinais e estender logo a mão. Esta pandemia que afasta amigos e familiares sufoca-nos aos poucos. Economicamente, socialmente e afectivamente. Deixámos de beijar, de abraçar, de ir beber um copo, de ir jantar fora, de receber amigos em casa. Deixámos de viver. E nós queremos viver.

Não fui almoçar com o Pedro há 2 semanas porque tive medo e fiquei em casa. Não sei se isso teria mudado alguma coisa... Mas nós não podemos viver com medo. Não estou com isto a dizer que se deva voltar à normalidade e arriscar. Essa normalidade não existe nem pode existir para bem de todos. Acho é que temos de ser mais equilibrados na forma de lidar com este vírus. Respeitar o distanciamento social e as medidas de segurança recomendadas sim. Ficar fechado em casa e deixar de viver, não. Isso pode ter consequências catastróficas», afirmou.

Leia aqui o texto na íntegra:

Texto: Inês Marques Fernandes; Fotos: Instagram

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