Consolidou o seu talento em Remédio Santo, mas ao nível pessoal atravessa um dos períodos mais tristes da sua vida, com a doença do pai, João Carvalho.
“Foi um balde de água fria para todos nós”, como contou em entrevista à NOVA GENTE.
Como se sentiu com a nomeação de Remédio Santo para os Emmy?
Fiquei muito feliz, acho que merecíamos. É sempre bom sonhar com um Emmy e houve um espírito de equipa extraordinário nesta novela. Houve muita gente de quem fiquei amigo, por exemplo, fiquei muito próximo da Rita Pereira. Com a Manuela Maria, uma grande atriz, aprendi muito. Esta personagem, o Ângelo, foi onde arrisquei mais até hoje e este prémio seria a cereja no topo do bolo. Aliás, no fim das gravações, em jeito de brincadeira, até dissemos que íamos ser nomeados para os Emmy (risos).
O Ângelo provocou abordagens dos fãs na rua?
Sim. Ele mexeu muito com o público pelo facto de ser pastor, de falar mal, de ser anjo... As pessoas falam muito da personagem e já diziam que sabiam que era um anjo!
Como foi voltar aos Morangos com Açúcar, no filme?
Foi uma nostalgia muito grande porque foi o meu primeiro projeto com mais relevância. Fiquei feliz por ter sido convidado, foi um projeto que me marcou muito. Tive muito orgulho em ser um “moranguito”.
Já se habituou à fama?
Não. Sou cada vez mais assediado pelos fãs. Já são sete anos na TVI e tenho contrato de exclusividade com a estação. Felizmente as personagens que me são entregues são sempre de muita incidência na história. É uma coisa à qual nunca me vou habituar. Com os amigos sou muito extrovertido, mas quando saio à rua gosto de ser mais observador e reservado.
Evita locais públicos para não se expor?
Faço exatamente as mesmas coisas que fazia. Não deixo de ir a um centro comercial ao fim de semana. Receber o carinho do público também faz parte...
Entretanto, com o fim das gravações de Remédio Santo voltou a trabalhar em moda...
Sim, retomei porque quis. Tenho sido convidado para fazer editoriais de moda e campanhas de moda. Quero crescer como ator, mas não quero deixar de fazer trabalhos como manequim.
Se na esfera profissional atravessa um bom momento, o mesmo não acontece na sua vida pessoal. Como tem sido lidar com a situação do seu pai que está a lutar contra um cancro?
Sou muito ligado à minha família, tenho um cordão umbilical que jamais se vai romper. E este foi um balde de água fria para todos nós.
Como é que ele está?
Foi detetado um cancro do cólon e do reto. Já foi operado e está em processo de quimioterapia. Neste momento está a lutar. Tenho crescido muito por causa desta doença, tão cruel e devastadora... Nunca sabemos como será o dia de amanhã e este problema tem-me feito ver a vida com outros olhos. As pessoas perdem muito tempo com intrigas... E o que levamos desta vida não é isso, mas o amor das pessoas que nos vão acarinhar para sempre. Tem sido uma luta muito difícil.
O que dizem os médicos?
Têm tido boas perspetivas. E cada vez me orgulho mais da minha mãe, ela tem sido uma mulher notável. Tem sido extraordinária e não há palavras para descrever as atitudes dela. O amor da sua vida está neste estado e ela tudo tem feito. Até lhe vai comprar comida em mercados biológicos. Ele está em casa e só sai para fazer o tratamento de 15 em 15 dias.
A sua mãe está a tomar conta dele a tempo inteiro?
Não, mas ela é professora no ensino secundário e tem mais facilidade para ter tempo para ele. E a minha avó também ajuda.
Como é que ele tem lidado com a doença?
É uma pessoa com um espírito lutador muito grande, é muito positivo. Isso ajuda-me muito e só espero que, daqui a uns meses, este pesadelo acabe... É empresário e continua a querer trabalhar. Continua a fazer as coisas dele e não se deixa abater nunca pela doença.
Tem estado com o seu pai regularmente?
Vivo sozinho em Lisboa desde os 17 anos e os meus pais estão no Fundão, mas vejo-o sempre que posso e falamos todos os dias. Vou muitas vezes lá.
Foi pública a zanga com o seu irmão gémeo, o Filipe. Já fizeram as pazes?
Sim, está tudo bem. São mal-entendidos que geram uma bola de neve gigante, mas a situação já estava mais do que resolvida, mesmo antes da doença do meu pai. Agora estamos mais focados nele e na família.
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