O espetáculo atual é a celebração de 20 anos de carreira e percorre toda a discografia do músico, compositor e cantor, desde Viagens – o disco de estreia, reeditado em Novembro de 2014 – até ao mais recente Contramão, de há um ano. Leia aqui um excerto da entrevista:
Aos 14, 15 anos viajava pela Europa...
Sim, há uns 40 anos. Lembro-me de estar a tocar nas ruas de Viena de Áustria – na altura não arriscava ir para muito longe, comecei aos 18 a ir para mais longe...
Viena era longe para quem tinha só 14 anos.
Era. Para todos os efeitos, para quem tinha 14 anos, era longe.
Tocava na rua.
E lembro-me de uma vez chegar ao fim do dia e de ter ganho um pfening [cêntimo do xelim, a moeda austríaca antes do euro] e de ter sido pintado por um retratista de rua. Foi esse o meu cachê. Portanto, foi esse o meu percurso de rua, de bares, aqui, em Portugal, e noutros sítios. Tocava e ganhava uma sanduíche – era esse o meu cachê. E isso deu-me uma tarimba muito grande. E é por isso que não tenho assim muita vontade de olhar para trás e de celebrar seja o que for.
O seu novo LP foi um disco sem concessões – ou praticamente sem concessões – do Eu em funções do Eles?
Pois.
Introspetivo.
Claro que sim. No primeiro disco, o Eles não existe. Eu era um músico de jazz e o Eles não existia. E no segundo, por inerência – porque faço o primeiro com essa inocência; é por isso que não gosto muito de falar do passado, não gosto de visitar as canções... O método que levou ao Viagens claro que foi a estrada, claro que foi a experiência, claro que foi a escola, claro que foi o amor pela música... Mas foi a inocência. Foi a inocência. Foi a ‘quimera-barra-utopia’. E essa utopia acabou por ser um estrondoso sucesso de vendas. E depois, como é que se sai disto para se fazer um segundo disco?
Leia a entrevista na íntegra aqui!
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