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Os segredos de um detetive

«A maioria dos pedidos são suspeitas de adultério»

Qui, 01/08/2019 - 16:25

Os detetives existem e mesmo que as suas vidas possam não dar um filme, drama é coisa que não lhes falta

Estamos habituados a vê-los nos filmes e séries de televisão, onde protagonizam os mistérios mais mirabolantes. De Sherlock Holmes a Hercule Poirot, ou mais recentemente Jessica Jones, os detetives ou investigadores privados habituaram-nos ao mistério e aventura, levando-nos numa viagem emocionante que culmina com a descoberta de bandidos, assassinos ou ladrões. Ficção que, não deixando de o ser, acaba por imitar a realidade. Isto porque os detetives existem e mesmo que as suas vidas possam não dar um filme, drama é coisa que não lhes falta.

Manuel (nome fictício) é um deles. Inscrito na Fixando, a plataforma portuguesa de prestação de serviços, confessa que não gosta da expressão detetive. Prefere investigador, palavra que melhor descreve aquilo que habitualmente faz, investigar. Conta que o início da vida profissional se fez no exército português, onde teve a possibilidade de tirar diversos cursos e realizar treinos práticos na área da vigilância e reconhecimento. Competências que hoje lhe são muito úteis.

«A maioria dos pedidos são suspeitas de adultério»

O glamour dos filmes nem sempre tem reflexo na vida real, mas esta tende a imitar alguns dos casos descritos no grande ecrã, como os de traição. «A maioria dos pedidos são suspeitas de adultério», confirma o investigador, quando questionado sobre o que mais lhe pedem aqueles que o procuram. «Quando surge esta suspeita, há um contacto por parte do cliente e é marcado um encontro num local neutro e confortável.» Depois… Bem, o que faz e como o faz prefere não contar. Afinal, aqui, o segredo também é a alma do negócio. 

Numa altura em que os avanços tecnológicos permitiram que os investigadores troquem as ruas pelos computadores, confirma que «as redes sociais ajudam no trabalho base de investigação e recolha de informação». Mas não dispensa o terreno, «recorrendo a câmara fotográfica. Por norma, entre dois a sete dias, este tipo de casos ficam resolvidos», garante.

Os pedidos, esses têm sido muitos. De ano para ano, refere, a solicitação dos seus serviços tem vindo a crescer, «sobretudo derivado da utilização massificada das redes sociais. São tanto feitos por homens como por mulheres, ambos numa faixa etária dos 30 aos 45 anos» e o sigilo é, reforça, «a alma do negócio» e, por isso mesmo, não procura saber mais do que aquilo necessário para desenvolver o seu trabalho.

Serviços como este podem ser contratados na plataforma Fixando, com preços que variam consoante os casos. E dependendo do número de dias, localidade, informações/dados que os clientes já possuem ou procuram obter, podem rondar os 250€/350€ por cada 24 horas de serviço.

Fotos: DR

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