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óbito

Morreu a icónica atriz Laura Soveral

Qui, 12/07/2018 - 14:21

Artista de teatro, cinema e televisão tinha 85 anos.

Laura Soveral, de 85 anos, morreu hoje, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nos últimos anos, devido ao seu estado de saúde, a atriz mudou-se para a Casa do Artista, em Carnide, onde passava a maior parte do tempo.

Maria Laura do Soveral Rodrigues, conhecida como Laura Soveral, nasceu em 23 de março de 1933, em Benguela, Angola, e somou vários prémios pelo trabalho como atriz, em particular no cinema e no teatro, embora também tenha feito ficção para televisão em Portugal e no Brasil.

Fixou-se em Lisboa, onde frequentou Filologia Germânica, na Faculdade de Letras, e a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo enveredado pela representação, no início dos anos de 1960.

Estreou-se na representação, em 1964, no Grupo Fernando Pessoa, dirigido por João d’Ávila.

“Estrada da Vida”, file de Henrique Campos, valeu a Laura Soveral o Prémio de Melhor Atriz de Cinema, do então Secretariado Nacional de Informação (SNI), e o Prémio Bordalo, da Casa da Imprensa.

Colaborou na televisão, em Portugal e no Brasil. Em Portugal, nos anos de 1960 e 1970, foi sendo chamada para fazer teatro ou para declamar poesia, no programa Hospital das Letras de David Mourão-Ferreira.

No Brasil, onde se fixou na década de 1970, destaca-se em particular a participação em “O Casarão” e “Duas Vidas”, da TV Globo.

Nos palcos, trabalhou com companhias como o Teatro da Cornucópia, o Teatro Experimental de Cascais, o Novo Grupo/Teatro Aberto e A Barraca, e participou em encenações como “O avarento”, “A Casa de Bernarda Alba”, “O processo de Kafka”, “D. Quixote” e “Primavera Negra”.

No cinema, destacam-se as interpretações em “Uma abelha na chuva”, de Fernando Lopes, a par de “A divina comédia”, “Francisca” e “Vale Abraão”, todos de Manoel de Oliveira, “Tráfico”, de João Botelho”, e “Quaresma”, de José Álvaro Morais.

Mais recentemente, Laura Soveral entrou em “Tabu”, filme de Miguel Gomes, “O Cônsul de Bordéus”, de Francisco Manso e João Corrêa, “Cadências Obstinadas”, de Fanny Ardant, “Os Maias”, de João Botelho.

A Academia Portuguesa de Cinema distinguiu-a em 2013, com o prémio de carreira e, em 2017, com o Prémio Bárbara Virgínia, de homenagem a mulheres do cinema português.

Na altura, a academia disse que Laura Soveral representa “um extraordinário exemplo de determinação e profissionalismo para gerações futuras”.

A última participação da icónica artista aconteceu no filme «Maias».

 

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