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João Semedo, antigo dirigente do Bloco de Esquerda, morre aos 67 anos

Ter, 17/07/2018 - 09:41

João Semedo era coordenador do Bloco de Esquerda. Estava hospitalizado. Morreu com 67 anos

João Semedo morreu esta terça-feira, 17 de julho, avança o jornal Expresso e o portal Esquerda.net. Foi um antigo dirigente do Bloco de Esquerda e médico de profissão. Desde 2013 que João Semedo estava a batalhar contra um cancro nas cordas vocais e encontrava-se hospitalizado até à data de hoje.

Numa nota de pesar, o Bloco de Esquerda comunicou à família de João Semedo as «mais sentidas condolências». «A perda de João Semedo é de todos os que partilharam o seu ímpar e diversificado percurso, que com ele lutaram, aprenderam e conviveram, na política e na vida. Como é de todos o orgulho e a alegria de o terem tido a seu lado», refere o BE na mesma nota.

Entre 2012 e 2014, João Semedo coordenou o Bloco de Esquerda (partido que aderiu oficialmente em 2007), junto da atual líder, Catarina Martins.  No ano passado, no mês de junho, afastou-se da vida política, devido à doença prolongada, tendo renunciado o cargo de deputado na Assembleia Municipal na Câmara Municipal do Porto. João Semedo já vivia na cidade invicta há 40 anos.

João Semedo lançou o livro «Direito a morrer com dignidade»

João Semedo nasceu em 1951, em Lisboa. Estudou no Liceu Camões e a sua ligação à política deu nas vistas com a sua participação em movimentos de estudantes depois das cheias de 1967.

João Semedo deixou o PCP em 2003 depois de Miguel Portas o ter convidado para integrar a lista do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu.

Em 1975 terminou a licenciatura em medicina. Durante o ensino superior entrou no Partido Comunista Português, cujo o elegeu para a associação de estudantes. Dois antes chegou a ser preso pela PIDE e esteve preso duas semanas em Caixas por distribuir nas ruas panfletos a pedir eleições livres.

Na década de 90 voltou à saúde. Esteve num centro de abrigo para toxicodependentes e em Serviços de Atendimento Permanentes. Chegou a ser o diretor do Hospital Joaquim Urbano, no Porto, onde esteve à frente da restauração das instalações, nomeadamente na divisão de tratamento de doenças respiratórias e infecciosas, com inovações no campo do tratamento da SIDA e das hepatites.

Ainda este ano, João Semedo tinha lançado um livro juntamente com António Arnaut, falecido em maio. A obra consistia numa  proposta para uma nova Lei de Bases da Saúde («Salvar o SNS») e juntou-se ao Movimento «Direito a morrer com dignidade».

Fotos: Impala e reprodução Instagram

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