Nacional
Nicolau Breyner

50 anos de carreira

Sex, 23/04/2010 - 15:08

Estreou a peça comemorativa dos seus 50 anos de carreira ao lado da mulher e filhos. Mafalda Bessa, não esconde o orgulho no marido.

O espectáculo vai mudar de noite para noite?
É natural que sim. No palco estava a pensar: ainda tenho mais quatro ou cinco histórias para contar, ou seis ou sete. O bom é poder não ter rotina, estou no palco e posso mudar, é descomprometido e evolutivo.

Pode fazer o que quiser, o espéctáculo é seu...
Posso fazer o que me apetecer, cantar mais ou menos, não cantar, dizer mais uma coisa ou outra. Rotina não, nem pensar nisso.

Já está habituado a ter amigos na plateia, mas esta noite teve um sabor especial?
Teve porque é uma data especial. Estavam cá imensos amigos meus e é bom, é muito confortante.
Como disse no espectáculo, hoje toda a gente tem uma causa. Seja no Facebook, no Twitter... O seu espéctáculo também era por uma causa, mas houve muita gente que não veio...
Fizemos o possível, mas há o hábito das pessoas terem uma estreia em que são convidadas. A causa foi  a favor da Paróquia de Santo Estevão e as pessoas não vieram em massa como eu esperava.

Qual será a causa para os próximos 50 anos?
Fazer mais coisas, pensar mais nas pessoas, cuidar do próximo, que para mim é uma coisa fundamental. Ser menos egoísta.

Olhando para trás, o que lhe deu mais gozo fazer? Que personagens guarda com mais carinho?
Não faço ideia. Quando se chega a esta altura, quando se fez aquilo que eu fiz, e fiz segundo o senso da televisão - só na RTP fiz mais de 200 coisas - é difícil. E depois sou a pessoa menos saudosista do mundo! Não me lembro de nada daquilo que fiz, um mês depois esqueço-me completamente. Há pouco, quando apareceram imagens de personagens, disse a mim mesmo: ai, eu fiz aquela mulher?
Ah, também fiz aquilo? Não me lembro...(risos)

Tem alguma superstição?
Não, nenhuma. Benzo-me, porque sou católico. De resto... zero!

Mas frequenta a igreja?
Vou a Santos, normalmente ao Domingo. E entro numa igreja quando passo e me apetece, não tenho uma rotina.

O que é que os seus filhos lhe disseram no fim da peça?
Nada (risos). Eles não nos ligam nenhuma. Tudo o que disse na peça sobre isso é verdade. Pensam que é mentira? Não, é verdade! (risos)

E a Mafalda?
A Mafalda diz mais coisas.

Mesmo que o Nicolau não queira...
Diz sempre tudo o que pensa. É um perigo, por outro lado é bom, porque já sei o que esperar. Os miúdos são diferentse, estão ali todos doidos para se irem embora, é uma chatice...

Quando está em casa não lhes pergunta: eu já vos contei aquela história...?
Sim, mas ficam todos com um ar muito chateado. A Mafalda não, mas os miúdos ficam mesmo que não a saibam.

Mas têm a delicadeza de as ouvir?
Não, nem por isso. Os miúdos estão-se perfeitamente nas tintas para os adultos. Um dia vou escrever um livro só sobre as crianças. São assim, são egoístas, são crianças. O livro não passa de um desejo, por enquanto. São uns seres fascinantes, normalmente pela negativa! (gargalhadas) Estou-me nas tintas para o que fiquem a pensar de mim. “Ah e tal as crianças são tão boazinhas...” É mentira. Eu olho-as como um outro mundo, são um outro lado. Até aos quatro ou cinco anos, são uns queridos, entre os 12 e os 20, deviam estar num campo de concentração. (risos)
O ORGULHO DA MULHER, MAFALDA BESSA

Agora que o espectáculo acabou, sente-se mais calma?
Caminha. Parece que levei uma sova.

O que achou?
Achei o mesmo de sempre, que ele é o máximo.

É com orgulho que vê o seu marido fazer 50 anos de carreira?
É, é com muito orgulho, sempre.

O facto das receitas de bilheteira desta noite serem para fins solidários é uma faceta nobre do Nicolau?
É. Tenho pena, lamento imenso, que a sala não tenha estado cheia. As pessoas estão habituadas a serem convidadas. Este era um dia em que podiam ajudar, falam tanto em ajudar, mas depois, quando se pode fazê-lo, realmente... ficou provado que não ajudam.

O Nicolau é tão divertido em casa quanto em cima do palco?
É. Ele só é sisudo quando está cansado,. Também não tem muitas hipóteses, porque somos tantos lá em casa, há sempre qualquer coisa engraçada a acontecer.

E continuam a aumentar, com as namoradas e namorados dos filhos...
Adoro! A casa parece uma pousada da juventude. Enquanto a casa for grande, cabe sempre mais um.
 

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