Nacional
Neta De Carlos Do Carmo

Espancada ao tentar defender amigo

Qui, 30/01/2014 - 10:17

Judite do Carmo, avó da adolescente, afirmou à NOVA GENTE que o pai da neta, o advogado Vieira de Almeida, irá levar o caso à Justiça até às últimas consequências.

A jovem Matilde estava com uma amiga e com Francisco a assistirem a um jogo de râguebi no Dramático de Cascais quando no final do jogo se viu na obrigação de defender o amigo que, sem aviso prévio, foi espancado por um grupo de agressores onde se encontravam o filho e um sobrinho de uma procuradora da República da zona de Cascais.

A adolescente está proibida pelo advogado, seu pai, de se pronunciar sobre o caso que, de acordo com Judite, mulher de Carlos do Carmo, e avô da rapariga, “já deu entrada na Justiça”. Judite confessa ter sido um enorme susto para a família mas que “agora já está tudo bem”.

Na ocasião, a filha de Cila do Carmo contou a um semanário como tudo aconteceu: “Não íamos deixar um amigo ser espancado. Por isso, eu e a Vera [a outra amiga] agarrámo-nos a ele e levámos também com os capacetes”, terá confessado sobre a agressão a Francisco Carrelhas, atacado à traição pelas costas por um grupo de adolescentes rivais que o deitaram ao chão com um murro no ouvido.

Sem conseguir levantar-se continuou a ser sovado com socos e pontapés. Já desmaiado, inconsciente, a esvair-se em sangue e com convulsões continuou a ser espancado por mais agressores que, entretanto, chegaram sendo que um deles, motard, chegou mesmo a agredi-lo várias vezes com o capacete.

A neta do fadista Carlos do Carmo e filha do advogado Vieira de Almeida explicou, assustada, que dificilmente esquecerá toda a situação: “Foi horrível, horrível. Quando acabou, é que entrei em pânico. Até aí, a adrenalina era tanta que nem senti nada quando me estavam a bater com os capacetes.”

Segundo a mãe do jovem (que se tem expressado através das redes sociais onde conseguiu cerca de quatro milhões de visualizações no post que colocou com a fotografia do filho espancado), “o Francisco está à partida livre de perigo e sequelas maiores. O seu nível de concentração está afetado não podendo, por isso, realizar os exames escolares que estão a decorrer. Já pode começar a tratar não só dos hematomas físicos, (dentes e nariz) mas ainda das sequelas e marcas psicológicas que esta situação veio criar”, disse.

Recorde-se que Francisco deu entrada nas urgências do Hospital São Francisco Xavier com um traumatismo craniano, o que levou Mónica Carrelhas a entregar o caso ao escritório de advogados de João Vieira de Almeida para que se comece a responsabilizar os mais jovens pelos comportamentos violentos.

O Francisco e nós, enquanto sua família, não queremos que sobre os agressores seja exercido qualquer tipo de julgamento e/ou ações [populares] que visem repor a justiça [‘pelas próprias mãos’] , porque é nossa convicção que a violência só gera violência”, escreve, adiantando ir até às últimas consequências para que se faça justiça: “Já recebemos em casa os pais de um dos agressores, que num ato de coragem, dignidade e responsabilização, vieram dar a face, disponibilizando-se para ajudar e pedir desculpa, considerando que o filho deve ser responsabilizado pelos seus atos, em qualquer circunstância.

Achámos que o Francisco não estaria preparado para o receber, sugerindo-lhe que não estivesse presente nesta conversa, mas ele entendeu que o deveria fazer. Quando o Francisco olhou nos olhos do agressor, estendeu a mão e perguntou: ‘Está tudo bem?’ Depois de uma longa conversa de esclarecimentos o agressor despede-se pedindo uma vez mais desculpas e o Francisco responde: ‘Tudo bem, só acho que foi um tremendo ato de cobardia que eu não seria capaz.’ Acreditamos que esta foi a atitude correta que podia ter tido”, esclareceu.

Curiosamente, um dos agressores que foi à SIC dar a sua versão, referiu que a agressão a Francisco terá sido um ato de vingança porque o jovem é amigo de Pedro que, por seu turno, terá andado à pancada com o grupo dos agora agressores. O jovem revelou estar a ser prática comum os ataques violentos entre grupos de adolescentes porque todos eles “se querem afirmar”.

Não será, de acordo com a mãe de Francisco, esse o caminho porque para ela “nada justifica” o que aconteceu: “Quero que se faça justiça.” A mãe de Francisco tentou desesperadamente contactar os pais dos agressores sendo que nem todos se mostraram interessados em resolver a situação ponderadamente e em consciência.

O jovem que liderou o espancamento é oriundo de uma família de magistrados que terão dito a Mónica que não queriam ser “importunados com problemas do filho” que já tinha 18 anos. Mónica é peremptória: “Compete-nos provar ao Francisco que o defenderemos incondicionalmente desde que aja em conformidade com os princípios e valores que lhe incutimos. E, por fim, cabe-nos provar ao Francisco (e até a nós mesmos) que será feita justiça e que daremos todos os passos legalmente possíveis para a concretização da mesma”, conclui.

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