Ao lado do filho Duarte, Mónica Sintra fala das tradições de Natal, da música e da decisão de ter outro filho. A cantora portuguesa abre, desta forma, o coração à Nova Gente.

Como é que são os vossos Natais, sendo o Duarte filho de pais separados?

Inicialmente, era como o Tribunal decidiu: a noite de Natal com um e o dia com o outro. Entretanto, a nossa relação de educadores e pais que querem ter uma criança feliz foi-se reconstruindo e, por isso, hoje adaptamos as coisas consoante é melhor para o Duarte e para as famílias. Há uns tempos, reparámos que a minha família liga mais à noite de Natal e a família do pai liga mais ao dia, porque aproveitam para ir até Rio Maior. E é assim que temos feito. As dificuldades que, de facto, existiram no passado entre mim e o Sérgio já estão resolvidas.

E como é nos aniversários do Duarte?

Nós celebramos o aniversário do Duarte juntos. E ele gosta de ver que os pais e os avós se dão bem. De vez em quando, vamos jantar todos ou vamos ao cinema, até porque temos sempre assuntos para debater em relação ao Duarte. Obviamente, não fazemos disto uma coisa regular, até para não confundir.

O Duarte já tem algum irmão da parte do pai?

Ainda não. Mas é algo que ele quer, desde sempre. Quer irmãos, uma irmã...

E poderá vir a ter um irmão em breve?

Pode acontecer e é um assunto falado em casa. Ele pede muito. Além disso, eu sou filha única e nunca gostei muito de o ser... Temos conversado sobre as possibilidades de o Duarte ter um irmão e nas possíveis formas de o ter. Seja pela via da adoção ou sendo eu mãe através de inseminação artificial. Ou, se eu voltar a ter um companheiro, quem sabe, talvez venha a ter outro filho...

A necessidade de voltar a ser mãe

Este ano, a Mónica já teve um namorado. E agora, tem?

Tive, sim, mas, neste momento, não tenho namorado.

Mas sente necessidade de voltar a ser mãe...

Sim, sinto necessidade de voltar a ser mãe porque, desde cedo, quis ser e sempre fui adiando por vários motivos. Ou porque não tinha um companheiro, ou porque achava que a pessoa com quem estava não era a certa para ser pai, ou ainda por estar muito envolvida com o trabalho... E ainda bem que engravidei sem planear, pois acredito que iria adiar ainda mais a maternidade e não teria nascido o Duarte.

Agora, que já sei que é possível com a ajuda do meu núcleo familiar ter o melhor de dois mundos – criar um filho e trabalhar naquilo que gosto –, acho que chegou a altura de sobrecarregar ainda mais a minha mãe (risos).

É agora ou nunca?

Ainda tenho mais uns anitos. Hoje, a medicina está tão avançada... Quer a medicina, quer a adoção. Mas claro que não pretendo adiar muito, porque não queria que a diferença de idades para o Duarte fosse tão grande e gostava de ser uma mãe ativa...

A hipótese mais forte que coloca para ser mãe é através da inseminação artificial?

Coloco as duas hipóteses, quer a inseminação, quer a adoção. Estão ambas em cima da mesa e ambas já foram discutidas em família. E os meus pais estão à vontade com qualquer decisão que eu tome.

Já iniciou algum desses processos?

Não queria falar sobre timings, porque o Duarte já lê e o facto de já lhe ter falado sobre a adoção faz com que, quase todos os dias, me pergunte quando é que vamos buscar um bebé. E são processos que podem ser demorados. Mas a decisão está tomada. Sim. Uma ou outra situação vai acontecer. Falar sobre timings é que é difícil.

É feliz com a sua família tal como está?

Sou. Se poderia ser mais feliz com um companheiro? Não sei. Sou feliz neste formato, senão teria mantido algumas relações que já tive. Mas senti necessidade de voltar a estar sozinha porque, no fundo, nunca estou sozinha.

Texto: Anabela Pereira Fernandes; Fotos: Impala e Instagram

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