Nacional
Miguel Vieira

Estilista revela que está em processo de adoção há muitos anos

Sáb, 06/03/2021 - 19:40

Miguel Vieira abriu as portas da sua casa, pela primeira vez, a um programa de televisão e falou do cancro que viveu. O estilista revelou ainda que está "num processo de adoção há muitos anos".

Pela primeira vez, Miguel Vieira abriu as portas da sua casa, situada em Espinho, a um programa de televisão. O estilista recebeu Maria Cerqueira Gomes, no "Conta-me", da TVI, para falar sobre o desejo de ser pai, revelando que se encontra num processo de adoção há anos.

"Não tenho problemas de dizer, pela primeira vez, que estou num processo de adoção há muitos anos, mas continuo à espera", disse Miguel Vieira a Maria Cerqueira Gomes, adiantando que embora consiga gerir esta espera com alguma calma, sabe que a qualquer "momento pode receber uma chamada para ir buscar alguém".

Num processo bastante burocrático, e indepedentemente do que possa acontecer, Miguel Vieira salienta que é uma prova de que consegue superar-se. "Que reúno condições de bom pai, de bom ser humano e cidadão".

Miguel Vieira: "O período de vida não eram meses, mas poucas semanas"

Durante a entrevista, o designer falou ainda de cancro. Foi aos 16 anos que teve o primeiro contacto com a doença. "Fui operado a um tumor benigno numa perna. É um choque grande", diz, recordando que numa fase em que os jovens gostam de sair, conviver com os colegas, teve de fazer 10 operações e viu-se preso a uma cama durante nove meses. Já na fase de recuperação conta uma história engraçada. "Os bombeiros que iam buscar-me ao hospital paravam na escola para eu estar um bocadinho com os meus amigos".

Esta fase negra foi ultrapassada com sucesso. No entanto, Miguel Vieira, de 55 anos, voltou a ser assombrado pela doença já em adulto. Após uma forte dor na zona abdominal, foi fazer exames e descobriu que a situação era grave. "O período de vida não eram meses, mas poucas semanas".

"Fiquei anestesiado. Era preciso explicar à minha família", afirmou, ao recordar esses tempos difíceis. No dia seguinte estava no hospital para ser submetido a uma operação, à qual se seguiram diversos tratamentos. "A quimioterapia que fiz foi violentíssima. Entrava no domingo e só no domingo seguinte é que me tiravam o cateter. Fazia 16 horas de quimioterapia por dia".

Apesar da situação ser complicada, e na escuridão da noite pensar "em mil e uma coisas", achou sempre que ia vencer. Manteve-se otimista, característica que diz ter herdado da mãe, mas teve medo de deixar a família. Enquanto esteve internado no IPO do Porto, Miguel Vieira não deixou de trabalhar e de desenhar uma coleção que apresentou mais tarde. "Passa-se a ver o mundo e as pessoas de maneira diferente", assegura.

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Reprodução TVI

Siga a Nova Gente no Instagram