Nacional
Miguel Mouzinho e Ljubomir Stanisic

Afetados pelo coronavírus! Chefs apelam: «Isto não está para brincadeiras»

Sex, 13/03/2020 - 13:00

O restaurante de Miguel Mouzinho, Burger Factory, no LX Factory, em Lisboa, já está com 80 por cento de quebra de vendas. Os espaços de Ljubomir Stanisic e Rui Paula também já foram afetados pelo coronavírus

Miguel Mouzinho já está a sentir as consequências da crise, devido ao novo coronavírus, que em Portugal já infetou 112 pessoas. São muitas as empresas de hotelaria e restauração portuguesas que estão a ser afetadas pela pandemia da doença Covid-19. A quebra na procura e o cancelamento de reservas estão a preocupar os empresários. E o namorado da atriz Débora Monteiro é um deles.

Em declarações à NOVA GENTE, Tiago Velez, Chef de cozinha e gerente dos três espaços de restauração de Mouzinho, revela que a situação está «muito complicada» e a preocupação cresce de dia para dia.

«De momento está tudo a funcionar mais ou menos. Mas tudo com perguntas e sem saber bem o que fazer... Vê-se muito menos turismo, infelizmente, e já estamos a sentir a quebra de vendas», começa por dizer-nos o Chef, que gere o Burger Factory, no LX Factory, para além dos estabelecimentos Má-Sá, no Bairro Alto, e Jaquinzinho, em Santos.

«Lá há sempre muitos estrangeiros, mas a quebra tem sido enorme... já vai em cerca de 80 por cento. Mas as coisas vão piorar, temos noção disso», lamenta Tiago Velez, acrescentando que a equipa tem tido reuniões com outros restaurantes para ver o que fazer com o governo e a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.

«Isto não está para brincadeiras e o País todo vai ressentir-se. Os funcionários ligam-nos de hora a hora com dúvidas, o medo já se instalou», conclui.

Ljubomir «em agonia» com o coronavírus

Também Ljubomir Stanisic vive em constante preocupação com o surto de coronavírus que está a afetar o Mundo. O Chef, que se tornou mediático com o programa Pesadelo na Cozinha, da TVI, recorreu às redes sociais para fazer um desabafo.

«Para grandes males, grandes remédios. Dr. António Costa, dr. Fernando Medina, precisamos de um grande remédio, urgente! Governo, instituições competentes, este é um apelo, um grito de ajuda.
Uso esta arma da visibilidade, para pedir em meu nome, em nome da minha empresa, dos meus empregados, da minha família, mas também em nome de todos os chefes de cozinha e empresários de hotelaria que estão a sofrer como nunca antes sofreram», começa por referir, continuando a mensagem visivelmente desesperado.

«Estamos em agonia! Mesmo tendo instaurado (ainda mais) rigorosas medidas de higiene e segurança no trabalho, sucedem-se as demarcações, os cancelamentos. Todas as horas são críticas e, a cada hora que passa, se torna mais difícil gerir o desespero - das equipas, o nosso, do sector. Estamos impotentes. Não há nada mais que possamos fazer sozinhos. Precisamos da vossa ajuda, precisamos de uma atitude firme e peremptória, rápida, urgente!», apela.

«Não exijo, antes peço com toda a humildade, e em nome de todos, uma solução. Por favor, não deixem este país ir por água abaixo…»

«Sabemos que as pessoas estão assustadas. Sabemos que, neste momento, trabalhamos com uma quebra brutal nas reservas e que corremos o risco de, dentro de dias, ver o sector devastado, com muitos restaurantes a terem de fechar portas sem saberem em que condições se conseguirão erguer quando tudo regressar à “normalidade”. Por isso, sugerimos que apoiem os vossos restaurantes através da compra de vouchers que poderão ser usados mais tarde, quando tudo isto for passado», escreveu ainda no Instagram.

Apelo do Chef Rui Paula

Também o Chef Rui Paula, que está no setor há 26 anos, já se manisfestou, apelando nas redes sociais com uma imagem toda preta.

«Escrevo este texto nesta altura, porque estou à espera que o nosso governo tome medidas claras e objetivas no que respeita à restauração, para ajudar a ultrapassar esta crise. Se não forem tomadas medidas drásticas e de rápida implementação, metade dos estabelecimentos hoteleiros/restauração de Portugal fecharão as suas portas. As empresas necessitam de estar minimamente saudáveis aquando da implementação dessas medidas e não já na fase de prejuízo, se não a recuperação após Covid-19 será de extrema dificuldade (….) Os cancelamentos não param de chegar…. a minha previsão é que isto irá continuar até junho/julho, a correr bem!», escreveu.

Texto: Filipa Rosa; Fotos: Impala e reprodução redes sociais

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