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Maria João Abreu

“Ai, a minha filha”. O grito de dor da mãe que comoveu centenas de pessoas

Ter, 18/05/2021 - 08:00

O velório de Maria João Abreu reuniu centenas de pessoas junto à Igreja de São João de Deus, em Lisboa. Os filhos não conseguiram estar presentes, mas a dor de quem perdeu uma mulher “amada por todos” estava visível em muitos rostos e ficou registada no caixão que transportou o corpo da atriz para o crematório do cemitério do Alto de São João.

"Adeus, mãe. Adeus, irmã". Esta foi uma das muitas declarações escritas a caneta de tinta preta no caixão de madeira clara que, no passado sábado, transportou o corpo de Maria João Abreu da Igreja de São João de Deus para o crematório do cemitério do Alto de São João, em Lisboa. As frases deixadas por familiares, amigos, colegas e anónimos simbolizaram o legado da atriz, que morreu dois dias antes na sequência do rebentamento de, pelo menos, um aneurisma cerebral e após quase duas semanas de internamento. O sorriso contagiante, as gargalhadas expansivas, a generosidade, a bondade e, acima de tudo, o amor que imprimiu naqueles com quem se cruzou foram as palavras mais enunciadas no adeus.

O corpo de Maria João Abreu chegou àquela Igreja no silêncio da noite anterior. José Raposo, com quem a artista, de 57 anos, esteve casada durante 22 e com quem mantinha uma relação de amizade à prova de todas as intempéries, foi o primeiro a chegar. O marido, João Soares, a mãe da atriz, Maria Cândida Gonçalves, e a irmã, Alexandra Abreu, seguiram-se-lhe. Em casa foram obrigados a ficar os filhos de Maria João e Raposo: Miguel, de 35 anos, por estar infetado com covid-19, e o irmão, Ricardo, de 28, que teve de entrar em isolamento profilático. “São coisas que acontecem. Mas, dentro deles, está o melhor da mãe”, disse à NOVA GENTE Luís Aleluia, grande amigo da família.

O eterno menino Tonecas fez questão de salientar que este dia de despedida - curiosamente, Dia Internacional da Família - não foi “triste, mas feliz”. “Agora, sabemos que ela está em paz por tudo o que semeou durante a vida. Há aquelas pessoas que não têm asas ainda, mas que já são seres de luz, que espalham amor, e a João tinha esse condão. Tinha uma posição, que lhe era inerente, de ser a matriarca, de ser uma mulher que tomava conta dos outros, que dava força aos outros - e quantas vezes não a tinha para ela”, declarou, acrescentando que a colega “defendia os mais velhos por maior dignidade, por boas reformas” e os “jovens, que têm valor, para terem oportunidades” no mundo do espetáculo. “No fundo, ela era uma mãe. Ela entregava-se a tudo com amor”, frisou.

Foi Luís Aleluia quem expressou também por palavras o sentimento captado em imagens pela nossa revista: João Soares, com quem Maria João Abreu era casada há 11 anos, “é um homem puro e muito bonito e está a sofrer horrores”. “Era um amor incondicional que ela tinha pelo ele e eu não consigo calcular o quanto ele está a sofrer”, lamentou o secretário da direção da Apoiarte-Casa do Artista, comandada por José Raposo.

Mas só à saída da capela, onde esteve durante todo o dia, é que João Soares terá dado conta da quantidade de fãs que tomou conta da praça em frente à igreja. O músico abandonou o local atrás do caixão, juntamente com a irmã e a mãe e de Maria João. Amparada por Heitor Lourenço, Cândida não conseguiu esconder a emoção e, num grito silencioso, balbuciou: “Ai, a minha filha”. A imagem de dor levou centenas de anónimos às lágrimas.

Saiba todos os detalhes das cerimónias fúnebres de Maria João Abreu na edição em banca da NOVA GENTE.

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: DR

 

 

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