Marco Borges, o ex-concorrente do 'Big Brother', que atualmente dá formação na área da defesa e segurança pessoal, foi numa viagem de trabalho à China, em conjunto com outros colegas, mas as coisas não correram nada bem.
Juntamente com ele, Mário Ribeiro, também concorrente da primeira edição do Big Brother, David Peixoto e Miguel Sousa foram violentamente agredidos.
Segundo o Correio da Manhã, este grupo de portugueses viajou até à Academia Militar Whampoa, em Pequim, para arrancar lá com o primeiro curso dado a estrangeiros.
Em declarações à imprensa, Marco explicou como tudo aconteceu: “Ao fim de 48 horas, comecei a aperceber-me de um comportamento xenófobo em relação aos portugueses” e revela que foi agredido por 11 militares chineses quando foi pedir explicações.
Na sua página do Facebook, é possível ler o relato de tudo o que se passou na China.
Deixamos aqui um excerto do texto de Marco Borges:
"Reunimos e comunico-lhes o desagrado dos três estudantes estrangeiros face à notícia de não poderem concluir todos os módulos para os quais tinham pago e por isso tinham decidido abandonar a formação e pediam que lhes devolvessem o dinheiro que tinham pago antecipadamente.
Esta simples notícia, que penso que todas as pessoas de bem compreenderiam, originou uma fúria e raiva incompreensíveis e foi interpretada como mais uma forma de os estudantes estrangeiros minimizarem as autoridades chinesas.
'Não, nem pensar, eles estão na China e aqui quem manda ou decide seja o que for somos nós' (era só tudo o que gritavam e repetiam vezes sem conta).
Calmamente tentei apelar ao seu bom senso dizendo-lhes que de facto não estavam a cumprir com o que tinha sido anunciado e que se no futuro não quisessem ser rotulados de pouco sérios ou mentirosos perante toda a comunidade estrangeira tinham de tentar perceber o ponto de vista dos estudantes estrangeiros e devolver-lhes o dinheiro que tinham pago.
Meus amigos, foi o princípio do fim. O indivíduo que está à minha frente quando acaba de ouvir a tradução tenta-me agredir de imediato, consigo impedi-lo e neutralizar e depois...
Recupero os sentidos já no exterior, sinto o frio e o conforto do alcatrão e ao sentir tanta pancada em simultâneo, procuro fazer a única coisa sensata a fazer numa altura destas, tentar fechar o meu corpo e proteger pelo menos as partes mais vitais, e ao mesmo tempo gritava: 'Porquê? Porquê?...'
Quando se cansaram de me pontapear, lá me permitiram levantar, era surreal, nem vos consigo explicar o que sentia, estava cansado, coberto de sangue, e depois de ninguém me responder o porquê de tal estar a contecer, contei todos os elementos presentes olhando cada um nos olhos e disse-lhes que eram muito bravos e corajosos...
Mais um arraial de socos e pontapés.
Sinceramente pensei que tinha chegado a minha hora, e só conseguia pensar: "É agora, vai ser agora ".
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