Diego Maradona já havia refletido sobre as consequências da sua morte. Foi no ano 2000, no programa de televisão "La Noche del 10", onde o craque argentino entrevistou-se a ele próprio e nele fez revelações inéditas: o desejo de envelhecer ao lado dos netos, o que gostaria de ver escrito na sua lápide e o desejo de uma morte tranquila.
"Gracias a la pelota", revelou. Em português, "Obrigado à bola". "Obrigado por ter jogado futebol. Porque foi o desporto que me deu mais alegria e mais liberdade. Obrigado, bola. Se tiver um lápide, gostava que dissesse isso. Obrigado bola", disse.
Veja aqui o vídeo dessa entrevista:
As últimas horas de vida e o resultado da autópsia de Maradona
Diego Armando Maradona morreu esta quarta-feira, 25 de novembro, aos 60 anos, na cidade de Tigres, na Argentina.
Na imprensa argentina, foi revelado um relatório preliminar sobre o que causou a morte a El Pibe. De acordo com este relatório, divulgado pelo diário "Olé", a antiga lenda do futebol argentino morreu devido a uma "insuficiência cardíaca aguda, em um paciente com miocardiopatia dilatada, insuficiência cardíaca congestiva crónica e que gerou, por sua vez, um edema agudo do pulmão".
No início de novembro, deu entrada no hospital em estado anémico, desidratado e deprimido. Foi, de imediato, operado ao cérebro, depois de ser detectado um hematona subdural na parte esquerda do crânio.
El Pibe tinha regressado a casa há poucos dias do hospital após a cirugia.
De acordo com os órgãos de comunicação argentinos, o antigo futebolista acordou perto das 10h00 (hora argentina), caminhou e voltou a deitar-se. Morreu pouco depois do meio-dia. A equipa médica que acompanhava a recuperação do astro argentino deparou-se com o antigo jogador inconsciente.
Nove ambulâncias foram acionadas para a casa onde Maradona vivia, mas já nada havia a fazer para reverter a situação. O óbito foi declarado no local.
A última aparição pública de Maradona foi no dia do seu aniversário, no jogo do Gimnasia y Esgrima. Quem assistiu à vitória da sua equipa diz que estava debilitado e sem forças, segundo o jornal Olé.
Texto: Inês Neves; Fotos: D.R.
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