Nacional
Manuel Luís Goucha

Responde aos ataques

Qua, 04/11/2015 - 11:58

Lançando críticas para vários lados.

Primeiro Manuel Luís Goucha tinha criticado a reacção, na sua opinião insensível, do novo ministro da Saúde (antes de ser ministro) a uma reportagem sobre o estado calamitoso do Serviço Nacional de Saúde. A polémica foi grande, por muitos acharem que o apresentador falava de barriga cheia e nunca tinha precisado do sistema público de saúde. A cara da TVI não quis deixar os seus atacantes sem resposta. Ela surgiu sob a forma de um post, no seu blogue. Escreveu ele:

"Resposta a quantos se amofinaram, não entenderam ou não quiseram Já estou como o outro, não tiro nem uma vírgula ao que disse. E o que fiz foi apenas estranhar a nomeação de alguém que enquanto secretário de estado da saúde havia mostrado, perante as câmaras de televisão, manifesta insensibilidade, quando confrontado com uma reportagem-choque feita pela jornalista Ana Leal sobre algumas urgências hospitalares, e na sequência das mortes ocorridas este ano em tais serviços, sem a mínima prestação de cuidados médicos.

Logo houve quem quisesse polemizar a opinião que me assiste enquanto cidadão atento e interessado. Sim, sou dos que têm seguro de saúde e que podem recorrer a um hospital privado, mas desde quando isso me impede de manifestar a minha opinião, com conhecimento e clareza, sobre o que está mal no Serviço Nacional de Saúde, pago também com os meus impostos? Ou pensam, porventura, que nunca entrei nas urgências de um hospital público?

Não é o Serviço Nacional de Saúde que está em causa, aliás tenho-o com preciosa e intocável conquista da democracia, mas sim uma política de cortes orçamentais e de medidas economicistas que não são compatíveis com uma prática que se quer humanizada e eficaz.

Não sejamos hipócritas: este ano morreram pessoas nas urgências hospitalares sem que durante horas tivessem tido a mínima assistência médica. Velhos, por sinal, que pelos vistos, pouco ou nada contam, para quem tem o poder. Já se esqueceram das imagens que Ana Leal conseguiu captar dessas urgências onde os doentes se amontoam nos corredores de forma indigna e terceiro-mundista? (ver vídeo aqui)

Se há coisa de que não padeço é de ter memória curta! Opinei pelos que não podem recorrer ao privado e têm o mesmo direito que eu de serem cuidados com eficácia e humanidade. Pelos vistos houve quem não entendesse e enviesasse as minhas palavras. Problema deles… Digo e redigo: não compreendo como alguém que, confrontado com factos e imagens deploráveis, diz, com sobranceria, que tudo está e funciona bem nas urgências em Portugal e é elevado à condição de ministro!

A não ser que seja pelo facto do Governo que ontem tomou posse estar careca de saber que dentro de duas semanas já não o será. Já agora, que fique claro, para quantos acharam que opinei “ao serviço” do PS: votei na coligação PAF (há muito que me posiciono ao centro e pena tenho que o PSD se tenha, entretanto, colado à Direita, quando não é essa a sua matriz), mas isso não faz com que eu tenha de concordar com todas as medidas tomadas pelos partidos da coligação, ao mesmo tempo que tenha de diabolizar tudo quanto venha dos que estão à Esquerda. Gosto de pensar pela minha cabeça e muito pouco de facciosismos. Na política, ou seja no que for, não há “vacas sagradas”.

Talvez seja isto ser democrata".

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