Manuel Luís Goucha vai ter a seu cargo a apresentação de um novo desafio na TVI: Uma Canção para Ti, ao lado de Maria Cerqueira Gomes. O formato ainda não tem data de estreia, mas deverá ir para o ar no verão.
Goucha nunca escondeu que Uma Canção para Ti é o seu programa preferido de sempre e, por isso, aceitou de imediato o convite. “Vinha no carro e a Cristina liga-me e diz-me que podia fazer mais fatos porque ia trabalhar ao domingo. Eu respondi que não queria, mas quando ela me disse que era este programa, respondi logo que sim. Sempre disse que é o programa que mais gostei de fazer na minha vida televisiva. Podia fazer apenas Uma Canção para Ti até morrer”, ri-se.
Manuel Luís Goucha: “A minha mãe não vê televisão”
Questionado se a mãe, de 99 anos, gosta de o ver na televisão, Manuel Luís responde sem hesitar. “A minha mãe não vê televisão. Tem mais coisas para fazer. Nunca ligou muito a isso. Ela não se senta para me ver.” O apresentador tem uma relação estreita com a mãe, apesar de não a visitar todos os dias devido à distância, uma vez que ela vive no Porto e Manuel Luís Goucha divide-se entre Lisboa e o Alentejo. Mas os dois falam diariamente ao telefone e o apresentador faz questão de assegurar todos os cuidados para que nada lhe falte.
“Acho que a minha mãe perdeu a noção do dinheiro quando passou dos escudos para o euro. Um dia tive de explicar-lhe quanto é que ela tem por mês. Mas, atenção, paga a duas pessoas que estão em casa dela em permanência. A mesada tem de contemplar todos os gastos. Aquele montante para ela não é muito, mas eu explico que tomara muitas famílias terem”, partilha o apresentador com a revista NOVA GENTE, revelando um exemplo da boa disposição que reina entre os dois. “A minha mãe é muito engraçada. Eu pergunto: ‘Então, mãe, como estás?’ E ela responde: ‘Estou pobre, preciso de um aumento. Não me aumentas, não é? Então, eu vou às minhas economias’”, ri-se.
Maria de Lurdes Sousa mantém-se autónoma, apesar de a pandemia lhe ter retirado alguma locomoção. “Ela está ótima de cabeça. Ela saía para visitar as amigas, ia ao café, mas a pandemia fez com que perdesse alguma locomoção. Anda em casa sem ajuda, sobe as escadas e desce. A última vez que a vi achei-a muito melhor do que na vez anterior, muito ágil, de cabeça está brilhante.”
Contrato com a TVI acaba em dezembro
Aos 67 anos, Manuel Luís Goucha é uma das caras mais queridas da televisão e da TVI. E se há uns tempos queria abrandar o ritmo e falava em reformar-se, o discurso mudou. O contrato do apresentador com o canal de Queluz de Baixo termina a 31 de dezembro e irá ser renovado. “Aquilo que eu dizia há dois anos é que quero ter outra vida, quero ter tempo para usufruir da minha herdade, quero ter tempo para viajar. Mas a minha vida complicou-se com este programa (Goucha), como é em nome próprio, para ir de férias tenho de deixar programas gravados”, conta. Porém, tal não o incomoda. “O que digo é: quando acabar o contrato, quero ter outra vida que nunca tive. O trabalho é a minha casa e eu só vivo para isto. O que tinha programado era para o próximo ano ficar a fazer semanais ou o que a televisão quisesse, mas não vou reduzir a carga horária. Não sei por quanto tempo vou renovar”, afirma.
O apresentador diz, no entanto, que “claro” que a sua vida televisiva “terá um limite”. “Há uma coisa que eu quero e que aprendi com o Rui: eu é que dito as minhas saídas. Eu é que quero sair da televisão e não que a televisão me ponha fora. Quando sair, tenho livros para ler, há azeite para fazer, posso viajar e fazer nada. Tenho um limite que tenha a ver com a minha agilidade mental e física. Não quero andar aqui a arrastar-me. Mas se andar de andarilho, este será a condizer com o fato. O limite tem de ser o bom senso”, sublinha.
“Sou bom a conversar”
Feliz a conduzir Goucha, o apresentador garante que se sente como peixe na água. “Sou bom a conversar, eu gosto, estou a viver os dois anos mais felizes. Estou fazer o que sempre desejei fazer, que é conversar com tempo. É um luxo em televisão. O desafio é as pessoas conhecidas que já entrevistei muitas vezes. Ou seja, ter de conversar com quem já o fiz dez vezes deixando parecer que é a primeira vez”, finaliza.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Divulgação TVI e Instagram
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