Sou mãe de dois filhos, um de cinco e outro de três anos. Tenho 36 e uma profissão desgastante. Trabalho, muitas vezes, 14 horas por dia.
Depois de um dia cansativo, custa-me chegar a casa e ter de aturar os meus filhos. As birras, as teimosias, as zangas entre eles… Não tenho paciência!
Eu sei que ser mãe não é só «dar à luz»! Ser mãe é saber que, a partir do momento em que as crianças nascem, tudo vai mudar. Mas não me lixem! Ser mãe é também não ter paciência, principalmente nesta fase em que vivemos! Não me digam que todas as mães têm sempre paciência para os filhos, porque não acredito. Quantas mães sentem o mesmo que eu?
Quantas querem chegar a casa e descansar sem terem de aturar os mais pequenos? Amo-os acima de tudo, mas muitas vezes não dá… Mamã para aqui, mamã para ali… Baaahhhh!!! Há dias em que não consigo ouvi-los. E confesso! Nos dias em que saía mais tarde do trabalho, até ficava aliviada por saber que já estavam na cama.
Podia tomar banho descansada, ver um filme ou série descansada, dormir descansada (quando não acordam durante a noite), estar com o meu marido descansada…
Pareço má a escrever este texto, mas quantas mães não sentem o mesmo que eu? Não me venham falar da maternidade como um mundo cor-de-rosa. Não é! É o maior amor do Mundo, mas pintado de várias cores. E nem sempre são cores alegres.
Eu, como mãe, não me sinto sempre a viver nesse Mundo, abordado mais recentemente, nas redes sociais. Tudo parece maravilhoso, mas não é!
As mães também se cansam e também têm os seus momentos de desespero. Também precisam do seu tempo e do seu espaço. Também precisam de não ter sempre os filhos agarrados a si.
Amo-os acima de tudo, mas há dias em que não tenho paciência. E isso faz de mim pior mãe? Não! Faz de mim uma mulher sincera, porque digo o que muitas pensam e guardam para elas.
Texto: Ana Matias
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