Nacional
Mãe De Renato Seabra

Longe do filho no Natal

Qui, 04/12/2014 - 17:04

Odília Pereirinha, progenitora do jovem que cumpre 25
anos de cadeia nos EUA pela morte de Carlos Castro, em
2011, dedica-se ao trabalho, à neta e à sua progenitora.

A enfermeira de 56 anos, mãe de Renato Seabra, continua a fazer uma vida muito discreta em Cantanhede, onde vive, trabalha e tem a mãe, Rosa Pereirinha, a apoiá-la incondicionalmente.

Também é nesta cidade que vivem a filha, Joana, o genro, José Malta, e a neta, Maria, de três anos. Segundo os vizinhos de Odília, “ela já está resignada”. “Não o esqueceu, porque dificilmente uma mãe esquece um filho, mas já se convenceu de que terá de viver e lidar com o facto de o filho estar preso e longe dela.

Aqui, em Cantanhede, ninguém tem coragem de a abordar a perguntar pelo Renato. Têm receio e sentem-se desconfortáveis. Ela também não é mulher de dar conversa. Faz a vida dela, trabalha e cuida da mãe. É claro que deve viver angustiada, porque fala com o filho por telefone. E se o Renato estiver a sentir-se mal, deprimido ou doente, e lhe transmitir isso pelo telefone, é claro que ela, nesses momentos, ficará mais perturbada e ansiosa. Qualquer mãe ou pai ficaria. Ninguém é de ferro.

O que a tranquiliza e a faz sorrir é a pequenina Maria, de três anos. Está muito dedicada à netinha. Até dá gosto vê-las a passear e a brincar aqui na praça”, diz Jaime, dono da barbearia da rua onde mora a enfermeira.

Outro vizinho garante-nos que Odília “não vai a Nova Iorque no Natal para ver o filho”. “O ano passado esteve para ir, mas o Renato teve um surto psiquiátrico, foi internado duas semanas, e ela desistiu. A família envia- lhe lembranças pelo correio.” A NOVA GENTE tentou obter um esclarecimento da filha, Joana, que não quis comentar. “Não quero falar sobre isso.”

Aliás, por opção, também Odília continua a evitar a Imprensa e a manter -se em silêncio. Este será o quarto Natal que Seabra, homicida confesso do cronista Carlos Castro, passa longe de casa, da mãe, da irmã, do cunhado e da avó Rosa, que não consegue disfarçar a tristeza que a assola desde o crime perpetrado pelo “netinho”. “Ela esteve muito doente. Anda sempre triste e com um terço na mão. É muito religiosa, é a matriarca da família”, adianta-nos outro vizinho.

Valores católicos que Rosa passou à família, em particular a Renato, que na prisão ajuda na missa aos domingos e trabalha sete horas diárias numa fábrica de roupa. Só não faz desporto diariamente porque não aguenta o frio.

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