Nacional
Mãe De Angélico

'Ele não viveu o que tinha a viver'

Qua, 09/11/2011 - 14:39

Filomena Teixeira aceitou dar uma entrevista pela primeira vez desde o fatídico acidente que vitimou o cantor.

Depois de quase cinco meses de silêncio, Filomena Vieira aceitou falar pela primeira vez sobre a morte do filho. Foi em entrevista à TVI que a mãe do cantor confessou que ainda não conseguiu superar a dor, mas que faz um esforço para seguir o conselho de Angélico: "Mãe, tens de sorrir".

“Era o meu orgulho, não há duvida… Mas queria mais, queria que fosse igual aos outros, que tivesse tempo para concluir os seus objetivos de vida até ao fim. O sonho dele era ser pai e fazer aquilo que eu não fiz. Só tive um filho, ele queria mais e dizia-me: ‘Mãe podes estar descansada que vou encher-te a casa de netos'”, revelou Filomena, visivelmente emocionada. Ao longo da conversa, a mãe do cantor aproveitou para esclarecer que é difícil superar a perda porque não foi só um filho que desapareceu naquele fatídico acidente de 25 de junho, mas também um companheiro: "O nosso relacionamento era natural, era mais do que um filho, era um companheiro, porque sempre me fez muita companhia ao longo dos anos."

Apesar do sofrimento, Filomena Vieira assegura que tenta concentrar-se nas memórias positivas que tem do cantor e, para isso, muito têm contribuído as manifestações de carinho de amigos e fãs de Angélico: “Tenho tido muito apoio por parte de pessoas que nem conhecia e é essa a razão para me estar a aguentar. Fiz um filho, ganhei muitos amigos, sei que nesse aspecto estou muito protegida e isso é raro acontecer.”

Além disso, Filomena tem ainda muito presentes algumas palavras de alento que o filho lhe transmitia quando alguma coisa não corria bem. "A vida é mesmo assim, não mandamos no futuro, às vezes programamos e depois sai tudo errado’. Ele dizia mesmo: ‘Mãe, só vivemos uma vez, só estamos cá num período de férias, isto é uma fantasia. Tudo o que fizermos e construirmos fica e se não soubermos aproveitar tudo isto, minuto a minuto, um dia a cortina pode fechar-se de repente e não há quem nos aplauda”, recorda, sem no entanto deixar de acrescentar que nada voltará a ser como dantes: "é complicado, e diariamente questiono-me: Porquê eu? Porquê eu? Porquê eu?”

Siga a Nova Gente no Instagram