Nacional
Luís Aleluia

Menino Tonecas revela passado marcado pela violência

Ter, 11/12/2018 - 20:30

Luís Aleluia enfrentou recentemente um problema de saúde que o deixou internado até ao dia 19 de novembro.

Luís Aleluia esteve esta terça-feira, 11 de dezembro, à conversa com Júlia Pinheiro no programa da SIC. De início, o ator que ficou marcado para sempre como o Menino Tonecas, revelou pormenores conturbados da sua infância.

Vítima de violência por parte do padrasto, Luís confessa que a razão de todas as agressões pelas quais passou eram resultado do álcool do qual o companheiro da mãe era viciado, mas também pela instabilidade profissional do mesmo.

«As condições económicas não eram as mais favoráveis e essa ideia da violência não era permanente, tinha a haver com o álcool e com a instabilidade emocional da pessoa em causa, o padrasto, a intermitência do seu trabalho, ele era estivador por isso só havia trabalho de vez em quando e quando havia talvez gastasse mais algum na taberna», começa por contar.

No entanto, e no meio de tanta violência, Luís revela que «também tinha momentos de afeto».

Para o eterno Tonecas, a mãe era uma referência uma vez que esta foi a pessoa que mais o protegeu e mais o amou.

«Todos os filhos têm a mãe como uma referência e é bom que isso seja assim. A minha mãe foi a pessoa que mais me protegeu, me amou e que ainda hoje eu tenho por ela o maior amor da minha vida, há-de ser sempre a minha primeira mulher».

Muitas das vezes, Luís acabava por ser agredido sem razão e que, muitas vezes, a mãe acabou por ser agredida por tentar defende-lo.

«O que me chocava de facto era apanhar sem haver motivo, mas sim só porque ele estava bêbado. Eu era o alvo e muitas vezes a minha mãe apanhou porque se metia pelo meio», conta, acrescentando que, tanto ele como a mãe «éramos muitas vezes postos na rua, ficávamos a dormir nas capoeiras das galinhas à espera que ele adormecesse para depois eu poder abrir a porta».

Ao pai, Luís só o via «fim de semana sim, fim de semana não», uma vez que este sofria de tuberculose e estava ser tratado no Hospital de Caramulo.

«O meu pai era uma pessoa afável e também só o via fim de semana sim, fim de semana não, porque ele estava no Hospital de Caramulo porque sofria de tuberculose e morreu disso, nem lhe podia dizer nada e passava sempre a imagem de que estava tudo bem. A minha mãe pedia para não lhe contar as coisas por ele estar doente e para não o incomodar», conta.

Até morrer, quando Luís tinha apenas nove anos de idade, o seu pai nunca soube dos episódios de violência pelos quais este tinha passado, e Luís afirma: «se lhe tivesse contado, certamente ter-se-ia revoltado».

«Fiquei 15 dias a chorar sem perceber a razão de ter sido abandonado»

Com dez anos de idade Luís é colocado na Casa do Gaiato por vontade da mãe uma vez que esta queria proteger o filho da violência do padrasto.

«A minha mãe já tinha tentado várias vezes que seria melhor eu ser entregue à Casa do Gaiato e mal ele morreu eu entrei logo, passou apenas um mês».

Luís chega mesmo a revelar que ficou revoltado até perto dos 20 anos por achar que «aquelas instituições são para quem não tem mesmo família».

«Disseram-me que ia brincar com outros meninos, para levar os meus brinquedos e foi isso que levamos. Fiquei 15 dias a chorar sem perceber a razão de ter sido abandonado».

A doença que o deixou internado

Recentemente, Luís Aleluia deixou os portugueses preocupados por ter sido internado de urgência no Hospital São José em Lisboa.

Ao que o ator contou a Júlia Pinheiro, Luís estava a caminho de Lisboa, após um espetáculo em Estremoz quando, antes de se deitar, começou a sentir dores no abdómen.

Porém, a meio da noite as dores ficaram mais fortes e Luís terá pedido à companheira Zita para o levar ao hospital.

Luís confessa que pensava que à chegada ao hospital lhe dessem um injeção e que as dores passaram, mas tal não aconteceu.

«Quando fui ao hospital pensei que me davam uma injeção e passava, mas na verdade é que eu tive a sorte de ter aparecido uma médica que foi um anjo e não me largava mais, também era fã do menino Tonecas, e era também mestre. É uma coisa muito comum que é uma diverticulite, que são pequenas bolsas, que se formam no intestino a partir de uma determinada idade, onde se alojam pequenos desperdícios que não são tratados ou absorvidos pelo organismo mas que também não são expelidos», conta.

Zita revela também a sua reação quando a médica lhe diz que Luís tem de viver «um dia de cada vez».

«Quando vi os olhos da médica e eu a dizer ‘doutora veja lá que temos uma agenda que está um bocadinho complicada esta semana e ele tem o Júlia na quarta-feira’ e ela olha para mim e diz assim ‘minha querida, um dia de cada vez, desmarque absolutamente tudo’ e eu aí fiquei sem saber onde me agarrar», conta.

Luís acaba por brincar com a situação mas não descarta o susto que apanhou.

«Fui a Estremoz e comprei nozes, estava a ver televisão e fui comendo para aí um quilo e pouco de nozes», brinca.

O Menino Tonecas, como ficou conhecido, revela ainda que percebeu que algo de mal estava a acontecer uma vez que a médica não o largava desde o primeiro minuto.

«O que me preocupou foi o facto de a médica já não me largar mais, não era normal sentir que o bloco operatório estava preparado a qualquer momento, estava sempre dependente dos exames. Fiquei com o prognóstico reservado até metade da semana», revela.

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala

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