Ljubomir Stanisic volta a estar no centro da polémica. Desta vez por causa do programa "Hell's Kitchen", que apresentou na SIC e que foi alvo de várias queixas, uma Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e outras pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
As acusações referem-se à primeira edição do formato que foi exibido na SIC entre março e junho de 2021.
Segundo TV Mais, de acordo com o que consta nas participações descritas na deliberação do Conselho Regulador da ERC, “o programa incentiva de forma clara a perpetuação de estereótipos de género que apenas magoam a causa e a Luta pela igualdade, entre vários momentos do programa da SIC, destacam-se os seguintes: a divisão de equipas por género, fomentando a competitividade homem contra mulher“.
Programa de Ljubomir Stanisic promove linguagem e comportamentos sexistas
Uma outra queixa recebida pela ERC defende que o programa apresentado por Ljubomir Stanisic “divulga e promove uma linguagem e comportamentos sexistas.” “Desde logo separando os/as concorrentes por sexo o programa promove uma visão binária que potencia visões e comentários estereotipados sobre aquilo que se entende ser um homem e uma mulher”, lê-se na mesma publicação.
Mas não é só o programa que recebe críticas. Ljubomir Stanisic também as recebeu. “O chef, ao longo do programa, faz vários comentários sexistas e preconceituosos sobre os/as concorrentes. Comentários que incentivam e perpetuam a discriminação em razão do sexo e humilhantes em razão daquilo que este considera ser um comportamento de homem ou de mulher”, lê-se.
Mas não foram só mulheres a receber comentários considerados pelos telespectadores, menos próprios. Depois de ver que um dos concorrente de riu da expressão “coisas moles”, Ljubomir Stanisic foi implacável: “És um gajo de espiríto de altos e baixos, ris, choras, ris, choras, ris, choras. Já tive namoradas menos complicadas“. As palavras do apresentador foram descritas como tendo apenas o objetivo de humilhar o concorrente.
Um dos autores das denuncias destaca ainda a linguagem usada no programa e que por ser um programa gravado, haveria espaço para a “censura das centenas de palavrões ditos por diversos intervenientes ao longo da emissão”.
Na deliberação, embora os palavrões tenham sido ocultados com um sinal sonoro “são variadas as situações em que Ljubomir Stanisic se dirige aos concorrentes recorrendo as expressões que poderão, de acordo com um padrão de avaliação que remete para a valoração do homem/mulher médio/a, ser consideradas grosseiras”.
Ainda de acordo com as queixas à ERC, o facto de apresentarem uma das concorrentes, que é brasileira, de roupão foi vista como “uma clara tendência sexista.” “Apresentação esteriotipada da candidata brasileira que, tendo tido uma carreira de modelo, é apresentada de robe que deixa cair junto ao salto. Não faz sentido, na época em que vivemos continuar a explorar uma imagem datada, errada, dominuída, objetificada e sexualizada”, defende o espectador.
O Conselho Regulador deliberou que “não se observaram indícios de desrespeito pela dignidade humana” nem foram “ultrapassados os limites à liberdade de programação”. Contudo, a decisão não foi unânime entre o Conselho Regulador, pois houve um membro a votar contra, uma vez que na sua opiniõa, o Conselho “não se distancia nem sequer esboça a necessária crítica à linguagem inadequada e boçal destas edições do programa Hell’s Kitchen” e do anfitrião, Ljubomir Stanisic.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais e Divulgação SIC
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