Nacional
Ljubomir

Faz apelo em nome da restauração e assume sentir "cansaço, raiva e frustração"

Ter, 10/11/2020 - 10:00

Ljubomir Stanisic não baixa os braços e faz um apelo aos portugueses em tempos de pandemia de covid-19. O chef dá a cara pelo mundo da restauração: "São centenas de bocas que ficarão por alimentar"

Ljubomir Stanisic fez um apelo nas redes sociais na noite desta segunda-feira, 9 de novembro. O chef de cozinha e dono dos restaurantes 100 Maneiras não baixa os braços e, apesar da grande preocupação com a covid-19 em tempos de pandemia, relembra os portugueses para o facto de todas as medidas de segurança serem tomadas em espaços de restauração. "Vão comer: aos restaurantes de bairro, aos estrelados, aos tradicionais, aos familiares, aos alternativos… Mas vão", diz. 

"Cansaço. Raiva. Frustração. Sinto isto tudo. Em Março, fui uma das vozes que defendeu publicamente o encerramento dos restaurantes. Porque enfrentávamos pela primeira vez uma pandemia que não conhecíamos, não sabíamos exactamente como se propagava ou como nos poderíamos proteger. Porque a saúde e as pessoas tinham (têm) de estar primeiro. Até porque, sem elas, não existe sequer economia. Nos mais de dois meses que estivemos encerrados e desde então, tivemos tempo. Para aprender mais sobre o vírus, para definir regras para o funcionamento dos restaurantes salvaguardando trabalhadores e clientes, para estabelecer protocolos que nos permitem manter a economia a funcionar sem comprometer a saúde" começa por escrever numa publicação do Instagram. 

Ljubomir sublinha o facto de grande parte dos restaurantes seguirem à risca as normas impostas pela DGS. "A maioria dos restaurantes têm sido exemplares no cumprimento das regras. Cumprimos tudo o que nos recomendaram e pediam e fomos mais além. Falo por nós, 100 Maneiras, mas também pelos muitos restaurantes de colegas e amigos que vi reinventarem-se com uma capacidade de adaptação admirável. Os fins-de-semana são cruciais para a sobrevivência dos restaurantes. É preciso fazer alguma coisa, é certo, mas num momento em que os restaurantes serão provavelmente dos sítios onde as normas se seguem mais à risca, esta é uma medida com uma eficácia de que duvido muito e com um custo potencialmente letal para todos os que trabalham directa ou indirectamente neste sector", acrescentou. 

"São centenas de bocas que ficarão por alimentar"

Para terminar, o chef da SIC garante que não se vai calar e aconselha a quem vive do mundo da restauração a fazer o mesmo. "São cozinheiros, copeiros, ajudantes, empregados de sala, escanções, hosts, administração, equipas de comunicação, pessoal da manutenção, mas são também os fornecedores, produtores, todos aqueles cujos produtos não encontrarão forma de ser escoados. São centenas de bocas que ficarão por alimentar. Bem sei que a restauração não é o único negócio afectado, que este é um momento duríssimo para todos. Mas permitam-nos fazer parte da solução. Não nos deixem para trás. Da nossa parte, o compromisso é absoluto. Só queremos sobreviver. Porque não é só da doença que se morre... Por isso, se puderem, vão comer: aos restaurantes de bairro, aos estrelados, aos tradicionais, aos familiares, aos alternativos… Mas vão. Não podemos ficar de braços cruzados a ver um sector morrer. Malta da restauração, façam-se ouvir!", remata. 

Foram centenas as mensagens deixadas na caixa de comentários por parte dos seguidores. 

Texto: Joana Dantas Rebelo, Fotos: Redes Sociais 

Siga a Nova Gente no Instagram