Seis meses após a morte da filha, Leona Skyes ainda não se conforma com o mistério à volta do que aconteceu. Laura Vanessa Nunes, de 39 anos, filha de mãe sul-africana e pai português, atirou-se em novembro de 2014 do edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa, no Dubai. Os motivos indicados pela polícia local apontam para um desgosto amoroso. Até aí a mãe de Laura nem contesta, já que estava a par que a filha mantinha uma relação complicada há cinco anos (com intervalos) com um empresário muito conhecido dos Emirados Árabes Unidos e que – soube recentemente – já havia tentado pôr termo à vida em 2012, após um encontro com ele.
Leona tenta explicar-nos por que razão é que a notícia da morte da filha apenas foi tornada pública agora, meio ano depois: "Primeiro porque ela era estrangeira; por outro lado eles não queriam que se soubesse que alguém tinha caído do deck de observação um mês após a sua inauguração; e em terceiro lugar eles sabem que não deveria ter sido possível alguém cair do edifício mais alto do mundo. Deveria ter havido medidas de segurança adequadas."
A mente desta mãe não tem parado à procura de respostas para, por exemplo, o facto de um dos telemóveis da filha lhe ter sido entregue sem o cartão SIM, que poderá conter mensagens chave para o suicídio: "A minha impressão é que ela não tinha planeado matar-se naquele dia. Alguma coisa aconteceu, mas eu nunca vou saber." Leona Skyes vive na África do Sul e passou por outro drama logo a seguir ao desaparecimento da filha, já que o marido, padrasto de Laura, viria a morrer vítima de doença.
Tragédias que, embora a tenham deitado abaixo, não fazem Leona desistir: "Porque é que a polícia e o Dubai estão a tentar encobrir a verdade sobre a morte da minha filha? Agora dizem que ela caiu do apartamento no Jumeirah Lakes Hotel, quando ela estava alojada no Abidos Hotel Apartments."
Além desta incongruência, segundo a mãe de Laura, existem outras, como por exemplo, uma série de mensagens num outro telemóvel, trocadas entre a filha e o tal árabe que Laura amava: Eles viram-se nos dias 13 e 14 de novembro e havia mensagens amorosas no WhatsApp entre eles nas primeiras horas de 16 de Novembro (dia em que Laura se suicidou). Aliás, ao que parece, Laura foi vista a ler mensagens minutos antes de se atirar do Burj Khalifa. "Aliás, Laura publicou uma música no Facebook e um post muito positivo, não era um post de alguém que ia morrer por suicídio."
Leona admite que a filha ficava deprimida de vez em quando. "Era uma pessoa muito reservada e nem sempre me dizia onde estava ou o que estava a fazer". Laura Vanessa Nunes era massagista, procura trabalho no Dubai e mudara-se para lá devido ao homem por quem se apaixonou há uns anos. Sobre este árabe, Leona Skyes pouco ou nada sabe: "Ele é um empresário bem conhecido. Não posso revelar o seu nome. Eu deveria odiá-lo, mas a minha filha não queria que eu o odiasse. No entanto, não o perdoo pela forma como ele brincava com os sentimentos dela ao longo dos anos. Desde que recebi os pertences da Laura e li o que ela costumava escrever-lhe tenho a certeza que o amor dela por ele era puro e incondicional."
A mãe da portuguesa tentou entrar em contacto com o homem por quem a filha se perdeu de amores, mas ele evitou o encontro: "Eu só sabia que ele era dos Emirados devido ao seu primeiro nome. A Laura era sempre reservada e protegia-o imenso. Descobri o apelido depois de receber a mala da minha filha. Enviei-lhe emails e ele disse que não tinha visto a Laura desde que ela voltou para o Qatar. Quando fui ao Dubai queria encontrar-me com ele, mas ele disse que estava na Europa. Disse que não a via há algum tempo, mas admitiu que tinha estado em contacto com ela no dia 16, mas não a tinha visto. Eu pessoalmente acho que ela o viu naquele dia e foi uma repetição de outubro de 2012, mas não posso provar isso."
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