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Irina Ramilo

O sonho comanda a... família!

Qui, 06/05/2021 - 20:15

Hoje em dia, as famílias mudaram. Muitas monoparentais, muitos divórcios e separações, mas não estou a falar disso. Estou a falar das famílias diferentes!

Hoje em dia, as famílias mudaram. Muitas monoparentais, muitos divórcios e separações, mas não estou a falar disso. Estou a falar das famílias diferentes! Porque os diferentes são diferentes, minorias ou não... devem ser aceites! E, na boa da verdade, há uma altura da nossa vida em que já não sabemos o que é normal, ou se uma boa pitada de loucura não nos faria mais felizes!

Também não é preciso exagerar na definição do género e deixar de haver a mãe e o pai, ou a culpabilização do rosa no menino. É a sociedade que temos. Esqueçam o controlo social, psicológico e ético. E pronto, haverá duas mães ou dois pais. Já nem falo da homossexualidade. Isso, hoje em dia, já ultrapassou o tabu! Mas falo de conceção de, num útero de uma mulher, haver uma gravidez com um espermatozoide de um dador e de um óvulo da companheira – ROPA (receção de ovócitos de parceira).

Nesta família vai haver duas mães, com um pai desconhecido ou não presente, nascido de um útero sem material biologicamente ou geneticamente da própria. Gravidezes assistidas de espermatozoides e óvulo de dadores, mas, na Natureza, como diria o enfermeiro João, os animais com o cio procriam com quem lhes aparece à frente, porque não servirá o útero de ninho para os sonhos dos outros!?

Educar na desestruturação do preconceito e a não julgar as pessoas que não seguem os padrões considerados tradicionais é um exercício diário, de modo a estabelecer relações positivas que suportem o crescimento e a felicidade de todos. Abrir o caminho para a mudança de valores e, sobretudo, a abertura para a importância e o respeito pela liberdade individual. Não há falta de valores. Não são é os mesmos valores estruturantes, são uma nova estrutura! Mas o valor é o mesmo... de família!

Haverá diferentes formas de composição familiar, famílias ditas normais, monoparentais, homossexuais, transgéneras e dificilmente explicáveis, mas serão famílias!

E o que haverá de comum entre todos é o amor e o respeito, cada um à sua maneira.

Sejam felizes!

Texto: Irina Ramilo, A ginecologista da melhor amiga

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