Saúde e Beleza
Insuficiência Renal Crónica

Saiba o que é e como lidar

Seg, 19/12/2011 - 16:31

Com o mau funcionamento dos rins, o organismo pode falhar e, no pior dos cenários, levar à morte. Os hipertensos e os diabéticos são os principais grupos de risco.

A insuficiência renal crónica (IRC) condiciona, cada vez mais, a qualidade de vida e rotina dos pacientes, devido ao tratamento: a transplantação ou a terapêutica de substituição renal (diálise). Esta última, divide-se em hemodiálise e diálise em casa. Entre os afetados, 94% opta pela primeira hipótese – ou seja, desloca-se a centros privados de diálise, entre duas a três vezes por semana. Os restantes 6% recorrem à diálise em casa ou peritoneal, apesar da eficiência da técnica ser a mesma, como revelam os dados referidos por vários nefrologistas, em novembro último. Apesar dos esforços da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR) em informar os afetados sobre os vários tratamentos, anualmente, o número de pacientes continua a aumentar entre três a quatro por cento. Carlos Silva, o presidente da APIR, falou com a NOVA GENTE sobre as limitações desta patologia.

O que provoca a doença
Os rins humanos desempenham um papel fundamental na saúde do corpo humano e quando têm problemas, rapidamente pode provocar a morte. Para este mau funcionamento, as causas podem ser várias, como a hipertensão arterial (responsável por 20% dos casos) e a diabetes (responsável por cerca de 30%). Com a falha dos rins, mais funções do organismo são afetadas, já que há uma acumulação de toxinas no sangue, não é possível expulsar o excesso de água no organismo através da urina e cessa a produção de hormonas essenciais. No entanto, quando se perde mais de 80% das funções renais, não é possível viver sem recorrer a um tratamento de substituição.

As diferenças entre a hemodiálise e a diálise peritoneal
Hemodiálise:
Caracteriza-se pela eliminação das substâncias tóxicas do sangue fora do corpo. O sangue circula por um aparelho externo e passa por uma membrana artificial que limpa o sangue, para, de seguida, o devolver ao organismo. Em média, realiza-se três vezes por semana, com a duração de quatro horas, por sessão.

Diálise peritoneal (DP): O sangue não sai do organismo e, por isso, pode ser feita em casa, com mais comodidade. É também uma forma de “limpeza” menos agressiva, onde as toxinas e fluidos são removidos gradualmente e de forma contínua. Utiliza-se uma membrana natural como filtro – o peritoneu –, onde o o líquido de diálise é introduzido. Uma parte fica implantado no abdómen, outra fora, mas é possível ligar as bolsas de solução de diálise.

Como tratar a insuficiência renal crónica
Existem dois tipos de tratamento:
Transplante de rim: substituição de um órgão doente por um são;
Diálise: Substituição da função renal através de meios artificiais, sendo que poderá ser feito numa unidade de diálise ou em casa.

Quais são os síntomas?
Cansaço extremo;
Inchaço das extremidades dos membros inferiores e superiores;
Perda de apetite;
Cãibras musculares;
Anemia;
Problemas ósseos.

Os números da IRC
Pelo menos 8% da população europeia tem algum tipo de doença renal crónica, ou seja, pelo menos, 40 milhões de pessoas sofrem desta doença no continente.
Dos 16 mil doentes, em Portugal, cerca de 11 mil encontram-se a fazer diálise e, mais de cinco mil foram transplantados.

O trabalho da APIR
Com 33 anos de atividade, a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, pretende informar, sensibilizar e acompanhar todos os doentes renais crónicos, “quer seja através de colóquios, fóruns, quer seja através de visitas a centros de diálise e unidades de transplantação”, explicou o presidente, desde 2005, Carlos Silva. Apesar de não ser prestadora de cuidados de diálise, por ser não-governamental e sem fins lucrativos, ajuda a informar os doentes sobre as várias opções terapêuticas. O empenho do responsável está relacionado com a experiência que o próprio já passou. “No meu caso, comecei a fazer diálise em abril de 1983, fiz o primeiro transplante em dezembro de 1987 e, passados oito anos, tive de regressar para a diálise, em 1996, recebendo o segundo transplante em setembro de 2007. A principal razão para fazer parte da APIR é a minha experiência de quase 30 anos de doente renal crónico. Poder partilhar a minha experiência e ajudar os outros doentes a aceitar a sua doença.”

sabia que Portugal é um dos países, na Europa, com maior número de casos?

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