Saúde e Beleza
Infecções E Alergias Respiratórias

Proteja-se!

Ter, 22/11/2011 - 12:19

A diminuição de temperatura pode ser um choque para o nosso corpo. Com o mau tempo, as infecções e alergias respiratórias batem à porta...

As correntes de ar e os choques térmicos provocam reações no organismo – “uma forte tendência genética a reagir ao ambiente que nos rodeia”, como explicou Mário Morais de Almeida da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica. As alergias surgem como explosões de sistema imunitário, que não se adaptou. “O que favorece o contágio são os dias com algum frio e alguma humidade, que fazem com que as pessoas permaneçam dentro dos edifícios, com menor arejamento”, precisou à NOVA GENTE Manuel Branco Ferreira, professor convidado da Faculdade de Medicina de Lisboa e assistente hospitalar de Imunoalergologia. Além de serem frequentes a asma brônquica e a rinite alérgica, as alergias persistentes – como aos animais domésticos e aos fungos – tendem a agravar. As infecções também aparecem de surpresa nesta altura do ano, afirmou o especialista.

Saiba quais são os fatores de risco
De acordo com Manuel Branco Ferreira, “as doenças infecciosas são sempre causadas por algum tipo de desequilíbrio nos sistemas de defesa do organismo ou por uma extrema virulência dos micróbios”. Ou seja, a permanência em espaços onde estão muitos indivíduos juntos – creches, escolas, cinemas, grandes superfícies – favorece o contágio e propagação destas doenças. Por outro lado, uma certa imaturidade do sistema imunitário, que se verifica em grande parte das crianças, justifica também uma maior possibilidade de contágio e de persistência destas doenças. No que diz respeito a alergias, “a inalação de ar frio, especialmente quando a inalação se faz pela boca, é também um fator de agressão às vias aéreas, frequentemente referido pelos doentes durante a nossa prática clínica, provocando queixas nasais e/ou brônquicas”, apontou Mário Morais de Almeida. Se já sofre de asma ou rinite alérgica, por exemplo, está mais exposto a apanhar uma infecção viral ou a sofrer de mais sintomas, visto que a inflamação das vias aéreas costuma agravar-se nas estações frias do ano.

Quais são os sintomas?
O principal sinal da asma é a falta de ar ou dificuldade em respirar. Os sintomas das alergias respiratórias e das infecções são relativamente semelhantes, embora nas infecções haja mais febre e, normalmente, uma expetoração mais amarelada ou esverdeada. Nos dois casos pode haver tosse e falta de ar, bem como dor no peito ou sensação de aperto nessa zona. O nariz pode ficar entupido, espirra-se e os olhos ficam lacrimejantes. As dores de garganta são mais habituais nas infecções, mas também podem ocorrer nas alergias respiratórias.

O tratamento adequado a cada caso
Para as alergias, o mais importante é manter ou reforçar os cuidados de base que já estejam a ser efetuados. Consoante os casos, poderá ser necessária a dose dos inaladores brônquicos ou nasais para controlar melhor as fases de agudização das doenças alérgicas. Como tratamentos de fundo podemos sempre considerar as vacinas para as alergias, que visam reeducar o sistema imunitário e torná-lo menos reativo. No caso das infecções virais, apenas é necessário o tratamento dos sintomas com medicamentos do tipo dos anti-inflamatórios.

O melhor remédio é prevenir...
Além de reforçar a medicação, no caso de sofrer de alguma alergia persistente (ao longo do ano), deverá ter cuidados de higiene, como lavar as mãos, usar máscaras ou reduzir o contacto com indivíduos portadores destas alergias e infecções. Para afastar as constipações, deve ingerir muitos líquidos, adotar uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e antioxidantes, e praticar exercício físico regularmente. São medidas fundamentais para combater os vírus indesejados e tornar-se mais saudável.

Cuidados especiais a ter com o seu filho
1 - Tentar identificar quaisquer quadros de alergia e iniciar rapidamente o tratamento, incluindo as vacinas para as alergias, que nas crianças são mais eficazes;
2 - Promover o desenvolvimento de uma maturidade imunitária das crianças, quer através de um contacto sadio com micróbios que não são perigosos – como os que existem na terra, em animais ou em alimentos frescos –, ou através de um contacto com outras crianças. A prática regular de exercício físico ao ar livre e a exposição solar ajudam ao desenvolvimento do sistema imunitário, tal como a utilização de medicamentos à base de extratos bacterianos, que não comportam nenhum risco infeccioso;
3 - Não proteger em demasia as crianças, o que inclui não lhes dar antibióticos logo aos primeiros sinais, já que muitas vezes essas infecções poderão ser virais e antibióticos a mais enfraquecem o sistema imunitário.

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