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Inês Herédia

Discriminada na profissão por ser lésbica: "Não é assim tão aberto"

Dom, 03/11/2024 - 17:00

Inês Herédia revela que recebe menos oportunidades no ramo da representação por gostar de mulheres.

Inês Herédia foi a convidada mais recente do programa 'Dona da Casa' da Antena 3. Na entrevista, a atriz admitiu sofrer discriminação na profissão, tanto em contratos de publicidade, como na ficção, por ser lésbica. "Marcas de vários tipos", revelou. "Nunca te dão essa explicação", começou por apontar.

"Mas tens três pessoas para serem escolhidas, depois reduz para duas, de repente já és só o único perfil que encaixa exatamente no que eles querem, e depois não ficas. Achas estranho. Depois acabam por não pôr ninguém e vai uma modelo. Depois passado dois anos descobres o porquê", partilhou.

"Tudo o que envolve câmara, seja televisão ou cinema, não é assim tão aberto. Principalmente para os homens. A partir do momento em que um ator homem tem alguns trejeitos mais femininos, automaticamente acreditam que este ator não é capaz de fazer uma personagem com uma expressão de género mais masculina, como um galã, por exemplo", salientou.

Inês Herédia e Gabriela Sobral casaram-se há quatro anos

"Na esmagadora maioria das vezes há pouca disponibilidade para se perceber o que é que as pessoas já fizeram antes. Eu estava há quase 10 anos a fazer teatro, tinha o conservatório, tinha estudado em Londres", recordou. Além disso, a atriz ressaltou que "houve sempre uma tentativa" de "associar" o seu trabalho ao romance com Gabriela Sobral, conhecida jornalista.

O rosto de 'Festa é Festa' também entrou em mais detalhe sobre a falsidade que sente quando famosos e empresas, que não pertencem à comunidade LGBTQIA+, apoiam causas queer para seu benefício. "Chegávamos ali ao mês de junho e eram sete, oito, nove marcas a quererem fazer a comunicação do mês Pride. O seres gay friendly não é só no mês Pride".

"Em junho, de repente, vês todas as figuras públicas a pôr bandeiras, mas cada vez que sai uma notícia de que uma mulher foi assassinada na Venezuela por ser lésbica, ou que o casamento gay agora é legal na Tailândia, não vês nenhuma a partilhar que não seja gay. Faz-me confusão", retorquiu.

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Texto: Luís Sigorro; Fotos: Redes Sociais

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