Nacional
Inês Castel-Branco

Faz terapia desde que se separou: "Não sabia o que fazer à minha raiva"

Dom, 22/11/2020 - 08:40

Inês Castel-Branco abriu o coração em entrevista a Rita Ferro Alvim e contou detalhes sobre a forma como encarou a separação, há cerca de oito anos, de Filipe Pinto Soares, pai do filho, Simão.

Inês Castel-Branco surpreendeu ao dar uma entrevista a Rita Ferro Alvim, no poscast N’A Caravana, na qual falou sobre a separação do pai do filho, Filipe Pinto Soares, há cerca de oito anos, e também das inseguranças que tem.

“Eu queria ser mãe desde que me lembro  (…). Quando conheci o, até agora, homem da minha vida, rapidamente o convenci e começámos a tentar. Claro que, como vários casais, não conseguimos várias vezes, estivemos muito tempo a tentar, depois tivemos duas gravidezes que não correram bem, uma operação pelo meio, e depois finalmente nasceu o meu piolhinho”, contou Inês, que não esconde que a fase que muitas mulheres acham maravilhosa, para ela não foi aquilo que esperava.

“Confesso que foi um bocadinho assustador a parte da gravidez porque já tinha perdido e estás sempre com medo… e comecei a engordar bastante “, revela, dando a conhecer também que a relação com o então companheiro, Filipe Pinto Soares, durante a gestação, foi difícil porque se separaram “um bocadinho” e não estavam lá “um para o outro.”

“A gravidez não foi um momento feliz de casal”, realça, “mas depois quando ele nasce, de facto, eu tive a confirmação que nasci para aquilo. Só tenho pena de não lhe ter dado mais irmãos, de não ter tido essa oportunidade (…) já estou em paz com isso”, refere. A entrevistadora disse que Inês ainda está a tempo de ter mais filhos, mas a atriz reposta: “Ser mãe solteira outra vez, não era uma coisa que me agradaria”.

A dor da separação

“Separámo-nos ele (o filho, Simão) tinha um ano e oito meses. Já estávamos juntos há nove anos. Foi uma decisão minha e não foi nada fácil. Não foi nada fácil, porque é o desmoronamento de uma família. Sempre achei que ia correr tudo muito bem, depois as correm não correm como nós pensamos. Sou filha de pais separados e sei bem o que é não ter um dos progenitores em casa. Tive uma sorte gigante com este pai que escolhi para o meu filho, porque ele imediatamente reivindicou os seus direitos de custódia partilhada. Eu como sou filha de pai de fim de semana, disse ‘eh pah que bom! Boa’. Não queria que o meu filho tivesse um pai de 15 em 15 dias”, recorda.

Inês Castel-Branco referiu ainda que desde que terminou a relação com o pai do filho, Simão, hoje com dez anos, precisou de apoio. “Faço terapia desde que me separei, porque estava com muita raiva. Houve uma altura em que não sabia mais o que fazer à minha raiva e fui pedir ajuda. Ainda bem que fui e hoje em dia, vou só conversar. Às vezes já nem preciso de ajuda. Só preciso de partilhar. Essa foi a fase mais difícil da minha vida pessoal, a separação”, garante.

Mas essa raiva foi por que razão? Por sentir culpa da separação? “Tinha raiva de mim, raiva de algumas pessoas à minha volta, de amigos que tomavam partidos, que é uma coisa que acontece imenso e que eu não consigo compreender, quase como se a pessoa que toma a decisão não sofresse, e só há um que sofre que é o coitado que não tomou a decisão. Eu achava isso super injusto”, desvenda.

As inseguranças que a fazem cair em “buracos fundos”

Quem olha para Inês Castel-Branco vê uma mulher que, supostamente, terá tudo para se sentir bem consigo mesma. Mas nem sempre assim é. A filha de Luísa Castel-Branco é considerada uma das atrizes mais reconhecidas da sua geração, mas por detrás de “rótulos” existem (muitas!) inseguranças.

“O facto de ouvires adultos a dizerem que és muito bonita, muda um bocadinho o teu mindset de que és gorda e feia, aqueles complexos… Ainda hoje sou muito insegura. Tenho de trabalhar muito sempre em mim, para muitas vezes sair de buracos de insegurança”, desabafa. “Buracos fundos”, pergunta Rita Ferro Alvim. “Sim, muitos em relação à minha profissão (…) há uma rejeição gigante todos os dias e há umas que te mandam mesmo abaixo, porque ao fim de não sei quantos anos tu achas que já provaste o que tinhas de provar  e levas ali um chapadão de humildade… essa rejeição também te dá mais força”, revela.

Mas a parte física também entra neste poço de insegurança. “Também tem muito a ver com o corpo, com a fase em que estás… com a idade que tens, com as rugas, com tudo a começar a cair…” E isso implica com o mundo profissional? A reposta é clara! “As atrizes não envelhecem hoje em dia. É raro veres uma atriz com rugas. Adorava ser uma atriz com rugas e com mamas vintage e com tudo o que uma mulher normal representa. Agora não sei como vou reagir quando começar a não ter trabalho e estar a envelhecer, diz.

“Há menos trabalho para pessoas mais velhas. (A representação) é um trabalho que depende muito da memória, da tua destreza física. A juventude e a beleza vendem mais“, finaliza.

Texto: Andreia Costinha de Miranda; Fotos: Reprodução Instagram

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