Henrique Carvalho, 28 anos, começou a carreira de ator em 2001 (Olhos de Água, TVI), mas a televisão não lhe tem dado muitas oportunidades. O ator tem-se dedicado mais ao teatro e admite que ter o nome de Ruy de Carvalho «pesa um bocadinho».
«Ser neto do Ruy de Carvalho pesa. Pesa em tudo. Dando um exemplo exagerado, é como ser filho de um rei e assumir o reinado de seguida», interrompe, salientando que é um exemplo exagerado mas que é a melhor forma de se perceber o que quer transmitir.
«Tenho de provar mais por ser neto dele»
«Claro que pesa. Tenho que provar mais por ser neto dele. Sinto que sim. Não acho justo nem acho nada, cada um faz o juízo de valor que quiser e olha para as coisas da maneira que quiser», afirma Henrique Carvalho à margem da festa de aniversário dos 92 anos do avô.
Henrique admite que já ficou «zangado» e que lutou «muito contra isso», mas que «hoje em dia já não».
«Já passei em desistir da profissão, claro é uma profissão que não nos dá equilíbrio nem balanço, muitas vezes, mas depois acabo por chegar a uma fase em que percebo que não me vejo a fazer outra coisa, nem a professor de filosofia, nem de religião...», partilha, para a seguir acrescentar:
«Quando comecei em 2001 as coisas eram diferentes, depois começou a desenvolver-se a televisão de outra maneira. Talvez no inicio me tenha ajudado, abriu-me portas, mas depois não, eu próprio se calhar as fechei, não sei.»
Ruy de Carvalho fica triste com a falta de oportunidades do neto
Henrique desabafa algumas vezes com o avô a falta de oportunidades que tem e recebe total apoio do consagrado ator. «Ele fica triste por não ver o neto a seguir o caminho daquilo que quer e o que ele próprio seguiu. Ele dá-me força para não desistir. É a prova que não existem cunhas. Talvez no passado tenham existido, mas hoje em dia não há. Ser neto de Ruy de Carvalho pesa mais do que abre portas», sublinha.
Henrique Carvalho admite que tem saudades de trabalhar e de fazer televisão. Neste momento está à espera que um novo projeto comece, mas não pode adiantar nada sobre o assunto.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Paula Alveno e Arquivo Impal
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