Aos 39 anos, Hélder Teixeira decidiu participar no Big Brother 2020, que estreou a 26 de março na TVI. Porém, o atleta do Porto nunca pensou ver-se envolvido numa das maiores polémicas da história dos reality shows ao ter uma atitude «sexista e homofóbica», segundo a estação de Queluz de Baixo, que decidiu colocar nas mãos dos portugueses a sua permanência no programa.
Os amigos e familiares do concorrente, principalmente a mãe, estão «chocados» com a forma «exagerada» como estão a tratá-lo. A NOVA GENTE esteve à conversa com a psicóloga Joana Moreno, amiga de longa data de Hélder, a quem não poupa elogios.
«Primeiro vou falar enquanto amiga. Conheço o Hélder há vários anos. Ele não tem filtros, diz tudo sem maldade, às vezes excede-se porque ele não tem noção do que diz, é genuíno e muito boa pessoa. Nunca o vi a maltratar ninguém», começa por dizer-nos aquela que está «profundamente incomodada e incrédula» com tudo o que se está a passar.
«Não é uma frase que caracteriza a pessoa»
«Ele queria muito entrar neste desafio, foi de coração aberto. Infelizmente teve uma atitude infeliz e disso ninguém tem dúvidas. Mas quem nunca o fez? Não é uma frase que caracteriza a pessoa. Ele não fez por mal e os próprios colegas o defendem. Acho inadmissível ver a TVI a recriminá-lo desta forma e a alimentar algo que não teve importância para ninguém. É brincalhão, é divertido, todos aqueles que o rodeiam podem confirmar as minhas palavras. É determinado, trabalhador...»
Joana confessa que não conteve as lágrimas ao ver o amigo «desfeito» no Confessionário. «Custou-me mesmo muito vê-lo daquela forma. Desatei a chorar compulsivamente, porque nunca o tinha visto assim. Nunca vi o Hélder chorar daquela forma! Estava completamente desfeito... Ele é tão divertido e bem disposto, quem convive com ele está sempre a rir.»
Não só Joana, mas também o círculo de amigos mais próximo está perplexo com a situação. «Os amigos estão todos chocados com isto tudo e a proporção que atingiu.»
«A mãe está desfeita»
Os pais de Hélder, segundo Joana, são «muito reservados» e não pretendem, para já, prestar declarações à Imprensa. No entanto, a psicóloga sabe que estão «tristes» com a situação, principalmente a progenitora.
«A mãe dele está arrasada, como é normal. Está devastada ao ver o filho ser diariamente criticado. Ninguém gosta de ver um filho ser insultado por pessoas que nem sequer o conhecem, que o julgam por uma frase que disse, sem qualquer maldade...», revelou.
«Edmar é o exemplo de uma pessoa bem resolvida»
O que mais revolta, e surpreende ao mesmo tempo, Joana é perceber que os próprios colegas de Hélder o apoiam e sofrem por ele. E Edmar é, para si, uma pessoa «muito especial».
«Para mim, ele tem dado uma lição de vida e comportamento a muita gente. É bonito ver que, lá dentro, todos estão do lado dele, todos reconhecem o carácter do Hélder, mas principalmente o Edmar... Ele é o exemplo de uma pessoa bem resolvida, nota-se perfeitamente que não vive neste País. Lá fora isto não acontecia, as pessoas não levam as coisas a este extremo. Ele tem esta postura porque está habituado a uma mentalidade diferente. Portugal ainda tem uma mentalidade pequenina.»
O conceito de homofobia
Joana Moreno prestou declarações à NOVA GENTE enquanto amiga. No entanto faz questão de falar também enquanto psicóloga sobre a atitude que tem visto de certas pessoas nas redes sociais e por parte da própria TVI.
«As pessoas têm de perceber o conceito de homofobia, que implica ódio, repulsa, sentimento de afastamento. Temos de ter bem definidos os conceitos. Estamos a falar de seres humanos. O Hélder está a ser condenado por umas palavras que disse sem ter noção! A maldade está na cabeça das pessoas, ele também tem o rótulo de mulherengo na casa e podia sentir-se ofendido por isso, mas não o sente porque não vê maldade.»
Texto: Filipa Rosa; Fotos: TVI e reprodução redes sociais
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