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Francisco Guerreiro

Quantos alertas mais serão precisos?

Qua, 18/08/2021 - 08:00

aminhamos assim para em 2030 atingirmos mais 1,5°C dos níveis da era pré-industrial. Este aumento, que está directamente relacionado com a acção humana, terá repercussões tão negativas que colocam em risco vários biomas e ecossistemas condicionando assim a própria existência do ser humano.

Na última semana foi emitido mais um relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas e as notícias, uma vez mais, não são animadoras. Pelo contrário. São catastróficas. 

Segundo este a temperatura média do planeta está a aumentar mais rapidamente que o esperado. Caminhamos assim para em 2030 atingirmos mais 1,5°C dos níveis da era pré-industrial. Este aumento, que está directamente relacionado com a acção humana, terá repercussões tão negativas que colocam em risco vários biomas e ecossistemas condicionando assim a própria existência do ser humano.

Mas nada disto é novo para quem há décadas alerta para estes factos. Porém continuam a vingar os partidos que nos iludem com a possibilidade de nos desenvolvermos com um modelo baseado no mero crescimento da produção e do emprego, que nos toldam o futuro com promessas de transições verdes, que se guiam pelos mesmos moldes tradicionais de fazer política. Estes actores, que condicionam a vida nas nossas sociedades, não têm a capacidade para dizer a verdade às pessoas e para implementar as soluções, já existentes, para espoletar uma real transição para uma sociedade descarbonizada e mais equitativa. 

Precisamos de nos rebelar de duas maneiras.  Sendo um exemplo a título individual e mudando o nosso estilo de vida. Seja consumindo muito menos, rejeitando comprar produtos alimentares derivados de animais, usando meios de transportes mais eficientes, comprando energia 100% verde de cooperativas energéticas (em Portugal existe a Coopérnico), plantando árvores, tal como separado os resíduos (reciclagem). A título colectivo apoiando ONG ambientalistas, fazendo parte de campanhas de limpezas, indo a manifestações e assinando petições e, por fim, votando massivamente em partidos novos, europeístas e ecológicos. 

Só com esta panóplia de frentes conseguiremos ser mais um elemento positivo nesta tão urgente transição económica e social que será, sem dúvida, a batalha das nossas vidas.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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