Fernando Pires recordou a morte do pai em entrevista a Daniel Oliveira, para o "Alta Definição". O ator tinha 17 anos quando perdeu o progenitor vítima de um cancro no pâncreas. Fernando Pires, que é protagonista da novela "Lua-de-Mel", da SIC, contou ainda que a mãe está num lar, na sequência de uma doença degenerativa e de uma queda, e não consegue falar.

“Se o meu pai fosse vivo, já tinha quase 90 anos, porque só foi pai aos 50”, começou por desvendar.. “O meu pai era muito brincalhão, gostava muito de viver (…) Eu nunca tinha lidado com a morte de uma pessoa próxima. É muito complicado. Sofri a a saber da notícia, é mesmo o fim do mundo. Na altura, até andei num psicólogo, o que toda a gente devia andar. Precisas de alguém para desabafar, faz-te bem. Eu não sabia o que era o luto. Na altura, comecei a ter ansiedade, deve ter sido por causa do meu pai. Até isso me fez crescer”.

A morte do pai do ator aconteceu de forma muito rápida. “O meu pai morre de cancro, mas quando descobrem que ele tem cancro ele é operado e passado dois ou três dias ele morre”, contou. “Era cancro no pâncreas, aquilo não tinha cura, aquilo poderia ter sido uma morte dolorosa e eu não desejo isso a ninguém. Fica sempre algo por dizer . Se o meu pai fosse vivo hoje, era orgulhoso da pessoa que eu sou, por isso eu acho que ele é feliz”, garante.

Fernando Pires, de 37 anos, explica que tenta ligar com a morte como algo que faz parte da vida. “A única coisa que tens a certeza na vida é que vais morrer. Temos de saber viver com a morte. Claro que ele (o pai) me faz falta, quem me dera ter aqui o meu pai (…) A saudade está presente, principalmente em coisas boas”.

“Uma coisa que o meu pai me ensinou foi a ser feliz e a viver. Ele gostava muito de viver. O meu pai sempre foi muito divertido. Se há coisa que o meu pai me ensinou é que devemos ter histórias boas para contar”, declarou.

A doença da mãe de Fernando Pires

Ainda na entrevista a Daniel Oliveira, Fernando Pires contou que a mãe está internada num lar, na sequência de uma doença degenerativa e de uma queda, e que não fala. “A minha mãe ainda não viu Lua-de-Mel. A minha mãe está num lar. Ela basicamente está num estado… não consegue falar, já aconteceu algum tempo. Eu não sei se ela me ouve ou não, mas vou lá todos os dias e digo-lhe: ‘gosto muito de ti’ “, explica.

“Tens de saber viver com isso, não é por andar mais triste que ela vai melhor. Tenho a certeza que a minha mãe me queria ver bem disposto e a ser feliz”, conta, ainda.

“Há vidas bem piores que a minha. O meu pai morreu tinha 70 anos, mas foi feliz. Sei que a minha mãe quer que eu esteja bem. Ela estava com uma doença degenerativa a nível do cérebro. Durante a quarentena ela caiu, bateu com a cabeça e ficou com o cérebro afectado. A minha mãe ensinou-me uma coisa boa e simples, que é: tu sentes-te muito melhor quando vens para casa depois de fazer o bem. (…) Sou feliz dentro das várias tristezas da vida que já tive”, remata.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Impala

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