Fátima Lopes foi a última convidada de Rita Ferro Alvim no podcast “Na Caravana" e recordou os três anos que viveu em Moçambique com a família. A apresentadora mudou-se para o país africano quando era ainda miúda e, nas suas palavras, foi "um estalão de realidade".  

"Alegre fui sempre, mas até ir para Moçambique era muito menina da mamã. Quando vou para Moçambique levo um estalão de realidade", disse. 

A apresentadora tinha oito anos quando se mudou, juntamente com a família, para África. “A realidade era muito diferente, a cultura também. Passei lá alguns momentos bastantes complicados de integração.”

Fátima Lopes sofreu de “racismo por ser branca”

Fátima confessou que passou por situações de “racismo por ser branca”. “Eu já fui depois da Independência, em 1977, os portugueses já tinham voltado e nós estávamos a ir”, explicou. 

“Eu fui colocada de lado na escola porque era a única branca. As crianças não aceitavam, não brincavam comigo.” A mãe, sabendo da situação, foi à escola falar com o diretor. “Ele juntou as crianças todas e explicou que a única diferença que existia entre nós era que a minha pele era branco e a deles era preta. A partir daí esse problema deixou de existir.”

“Deram-me uma sova descomunal”

“Sofri bullying por parte de um grupo de garotas da escola, de novo por eu ser branca. E eu tive de começar a defender-me.”

Durante algum tempo, Fátima teve de ser acompanhada pela mãe para não sofrer às mãos de um grupo de colegas. “Elas faziam-me esperas à frente da escola. A minha mãe teve de me ir buscar durante um período, porque uma vez apanharam-me sozinha e deram-me uma sova descomunal.”

Fátima Lopes revelou que estas situações acabaram por a tornar a mulher “desenrascada” que é. “Fui muito feliz em Moçambique. África é liberdade.”

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Impala e reprodução Instagram

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