Nacional
Fátima Lopes

Reage à queda da TVI: «Estamos a perder em toda a linha. Ponto final!»

Ter, 02/07/2019 - 11:40

A TVI tem acusado uma queda de audiências muito elevada, algo que, para os profissionais da estação, é natural uma vez que houve uma atualização nos padrões da concorrência.

Depois de «oito anos consecutivamente a ganhar» no horário vespertino da TVI, Fátima Lopes experimenta agora o sabor da derrota com as vitórias consecutivas de Júlia Pinheiro num programa em nome próprio nas tardes da SIC. Nada que assombre a estrela do canal de Queluz de Baixo: «As televisões, tal como as empresas e as nossas vidas, são feitas de ciclos. Portanto, neste momento, maioritariamente, é a Júlia que ganha.»

Declarações feitas no podcast Cada Um Sabe De Si, que Diogo Beja e Joana Azevedo conduzem na Rádio Comercial, e no qual Fátima Lopes, sem rodeios, abordou o fim da hegemonia da TVI no que à liderança das audiências diz respeito. De notar que, em janeiro deste ano, a SIC recuperou o primeiro lugar depois de 12 anos na sombra da rival, uma liderança que tem vindo a ser sustentada desde então e que já se estende a todas as faixas horárias – em junho, por exemplo, 4,5 pontos percentuais de share separaram os dois canais.

Fátima Lopes, que entrou nos 50 anos a 13 de maio, olha para o cenário com pragmatismo: «Tive oito anos para encher a barriguinha. Agora tenho de pegar nisso e fazer disso uma grande mais-valia para tentar fazer melhor a seguir. E eu, contrariamente a algumas pessoas, que fritam a pipoca quando veem as coisas ficar muito diferentes… [Interrompe] Porque agora estão efetivamente diferentes. Não vale a pena andar aqui… Senão, parece os políticos que, quando estão a perder, dizem ‘Não é bem assim. Não está a ser feita uma leitura correta’. Não, não, é assim! Estamos a perder em toda a linha. Ponto final!»

«Hoje ganho e sou maravilhosa, amanhã perco e não sou assim tão boa»

O segredo está, defende a apresentadora, na forma como a TVI deve encarar o fim de um ciclo e o início de outro. «Esta é uma oportunidade gigante de renovação. […] Quando as coisas não correm bem, é altura de parar, refletir, ver o que podemos mudar e renascer. E isso é um desafio mega. Quem quiser olhar para isso, vai ser ótimo, [porque] vamos sair super-enriquecidos, muito mais capazes e muito mais resilientes. Quem quiser ficar a queixar-se daquilo que perdeu, se calhar tem de mudar de profissão, porque nesta não vai dar.»

E justifica: «Esta só dá para gente com muita resistência, porque hoje ganhamos e amanhã perdemos. E todos os dias somos avaliados. Nós não estamos à espera do final do ano para o balanço do ano. O nosso balanço é diário. Hoje ganho e sou maravilhosa, amanhã perco e – vá, vou ser simpática – não sou assim tão boa.»

Texto: Dúlio Silva; Fotos: Impala e Reprodução Instagram

 

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