Nacional
Fátima Lopes

Faz reflexão sobre o último ano: "Eu não podia ser eu"

Qua, 05/05/2021 - 20:40

Fátima Lopes mudou radicalmente de vida no último ano. À NOVA GENTE, a ex-apresentadora da TVI faz uma reflexão sobre o que se alterou e a forma como isso a influenciou.

Fátima Lopes conversou com a NOVA GENTE sobre o último ano, repleto de mudanças. As alterações do quotidiano decorrentes da pandemia da covid-19 e a saída da TVI, anunciada no início deste ano e concretizada em março, resultaram numa aprendizagem para a vida. "Eu não podia ser a Fátima", conta a apresentadora à nossa revista.

"São coisas que nos mudam completamente. Se nós não nos sentirmos mudados com isto é porque não somos normais nem somos humanos. Uma pessoa normal tem de se deixar influenciar por isto, tem de arrumar isto em algum lado dentro dela", prossegue Fátima Lopes, referindo-se aos dois períodos de confinamentos alargado que o nosso país atravessou nos últimos 12 meses. No seu caso, acrescenta, essa mudança resultou numa "pessoa mais feliz". "Acho que aprendi a ver melhor o que é realmente importante e o que é realmente acessório", explica.

Fátima não nega que houve uma diferença abismal entra a primeira vez que foi recomendado ficar em casa, em março/abril de 2020, e a segunda, entre janeiro e abril deste ano. O que mais lhe custou, enumera, foi "deixar para trás os afetos". "Uma coisa é falar ao telefone, outra é falar em videochamada e outra coisa é falar como eu sei falar, que é olhos nos olhos. Eu sou afetiva por natureza, gosto de tocar nas pessoas, de abraçar, de dar colo. Não pude fazer nada disso"; lamenta, apelindando essa época como "contranatura". "Não joga com a minha personalidade. Então, foi muito difícil eu conseguir adaptar-me. Eu não podia ser a Fátima, a Fátima era uma pessoa que tinha que ter as mãos atrás das costas para não mexer, para não tocar, para não estar muito próxima, e isso custou-me bastante", completa.

"Não parei muito para pensar em mim", diz Fátima Lopes

Ter de cuidar do filho Filipe, de 12 anos, e dos pais, que integram o grupo de risco, foi uma das suas maiores preocupações. Fátima Lopes contou, para isso com a ajuda da filha, Beatriz, com 21. "Ela é uma mulher, é adulta, percebe tudo e não preciso explicar-lhe nada. É uma miúda incrível, que fez um grande esforço durante todo este processo para se adaptar rapidamente e para me ajudar, para ajudar os avós e o irmão. Para o pequenino, foi preciso fazer legendas e explicar porque não podia jogar à bola, porque não podia estar com os amigos", recorda.

O foco da apresentadora, que conversou com a nossa revista à margem da IX Conferência e dos VIII Prémios de Comunicação Corações Capazes de Construir, da Associação Corações com Coroa, da qual Catarina Furtado é a presidente, confessou que esteve tão focada em ajudar os filhos e os pais a "sobreviver a isto" que não parou "muito para pensar" em si. "Eu sei, hoje eu sei, com a idade que tenho, que sou muito resistente. Estava mais preocupada em ter a certeza que eles estavam bem", desabafa.

Já no segundo confinamento, Fátima Lopes, que celebra 52 anos a 13 de maio, estava em casa. "Tinha saído da televisão, podia dar toda a assistência aos meus filhos e aos meus pais. Foi muito bom", revela.

Passado um ano em que todo o seu dia a dia se alterou, Fátima Lopes tem duas certezas: Descubriu "as pessoas que são importantes" para si e para quem ela também é importante. "Isso é o que não me pode faltar. Eu adapto-me a tudo o resto. Agora, os meus são os meus e eu sei que, sem eles, não poderia ser uma pessoa feliz e eu sou uma pessoa realmente feliz", termina.

Sobre o trabalho que tem desenvolvido desde que abandonou a TVI, deixa a garantia: "É a confirmação, que se calhar eu precisava, de que eu tenho muitas outras valências enquanto comunicadora".

Veja tudo o que a apresentadora disse na edição da NOVA GENTE que está em banca.

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Reprodução Instagram

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